dinheiro
23/05/2008

Feiras já movimentam R$ 3,4 bi

Brasil sediará este ano pelo menos 159 eventos de negócios, quatro vezes mais
do que na década de 90

 

O mercado brasileiro de feiras de negócios vai movimentar este ano R$ 3,4 bilhões. Em 16 anos, o mercado quadruplicou de tamanho. Em 1992 foram realizadas 38 feiras. Este ano serão pelo menos 159, a maior parte concentrada em São Paulo.

Considerada a capital das feiras de negócios, São Paulo abrigará 119 eventos. É uma feira a cada três dias. Este ano cerca de 5,2 milhões de pessoas devem visitar uma ou mais feiras de negócios no País, cerca de 250 mil a mais em relação a 2007.

“A feira é um espelho da economia e principalmente da indústria, que desde o ano passado tem apresentado bom desempenho”, diz o diretor superintendente da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), Armando Arruda Pereira de Campos Mello.

Os planos da Reed Exhibitions Alcantara Machado, a maior promotora de eventos do País, dão uma medida do ritmo do mercado. Criada em 2007 a partir de uma parceria entre a Alcantara Machado, a mais antiga empresa nacional de feiras, e a Reed Exhibitions, maior organizadora de eventos do mundo, a companhia quer duplicar seus negócios nos próximos três anos.

Com a joint venture , a empresa planeja entrar em meia dúzia de cidades novas este ano e investir em outros pólos de desenvolvimento. “Nos últimos três anos a expansão da empresa tem sido de 25% ao ano em média”, diz o presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Juan Pablo de Vera. Ele revela que no próximo ano abrirá entre três e cinco negócios e estuda 12 novos projetos.

O Grupo Couromoda, com eventos nas áreas de calçados , medicina, odontologia e beleza, investe no segundo semestre em um novo empreendimento. Trata-se da Expo Outlet , uma feira de lojas de varejo com produtos básicos ou de linhas passadas, nas áreas de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis, calçados, produtos de beleza.

Há quem comente que o evento, previsto para dezembro, concorrerá com a Super Casas Bahia, que todo ano abre uma loja gigantesca no Anhembi na mesma época. O presidente da Couromoda, Francisco Santos, diz que a feira de outlet é um nicho de mercado que ainda não atendido. Os eventos que estão debaixo do guarda-chuva da Couromoda têm crescido em torno de 10% ao ano.

Recorde
A expansão do mercado é perceptível em várias áreas de negócios. A Hair Brasil, especializada em cabelos, beleza e estética, por exemplo, realizada em abril e que pertence ao Grupo CouroModa, aumentou em 30% sua área de exposição este ano e recebeu um público recorde de 75 mil visitantes profissionais. É um crescimento de 23% em relação a 2007.

O diretor da Hair Brasil, Jeferson Santos, diz que o maior número de lançamentos da indústria e o aumento no número de salões de beleza - são mais de 50 mil cadastrados só na cidade de São Paulo - explicam o crescimento da feira.

O presidente da Francal, Abdala Jamil Abdala, responsável pela realização de 12 feiras de negócios, conta que há 11 meses começou a vender espaço para a Abrin, feira de brinquedos realizada em abril. “Toda a área estava ocupada a um mês do evento. Nos anos anteriores vendíamos espaços quase na abertura da feira e às vezes sobrava lugar”, diz.

A Francal, realizada em julho e voltada para a indústria de calçados, também está quase toda tomada por expositores. Eles farão lançamentos da moda primavera/verão. “O movimento nas feiras está aquecido também porque as exportações estão fracas com o câmbio desfavorável. Como a concorrência está maior no mercado interno, a feira ajuda a incrementar as vendas.”

Efeito Multiplicador
A movimentação desencadeada pelos eventos vai muito além dos estandes dos expositores. A partir de um pavilhão são fechados centenas de negócios, envolvendo vendas internas e exportações, são criados milhares de empregos e se incrementa o turismo na cidade.

“O efeito multiplicador das feiras vêm em ondas”, resume o presidente da Ubrafe, Jorge Alves de Souza.

Só em São Paulo as feiras de negócios, com 34 mil empresas expositoras, devem movimentar este ano R$ 2,9 bilhões, sendo R$ 850 milhões em locação e área para exposições, R$ 850 milhões em serviços nos pavilhões e R$ 1,2 bilhão em viagens, hospedagem, alimentação, transportes e compras.

Os números do São Paulo Convention & Visitors Bureau (SPCVB) revelam que do total de turistas brasileiros e estrangeiros que a cidade recebe, metade vem a negócios. Eles permanecem 3,5 dias em média na capital e têm um gasto médio diário de R$ 207. Turistas de lazer ficam cinco dias, mas gastam menos, em torno de R$ 167,33 em média.

Vera Dantas
O Estado de S.Paulo

   
 
   
 

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