Erika
Vieira
especial para o GD
Os centros acadêmicos da USP não compartilham
do lema “balada, bebida e p-u-t-a-r-i-a” pregado
pela Escória, atual gestão do XI de Agosto,
centro acadêmico da Faculdade de Direito do Largo São
Francisco.
“A Escória já ganhou sendo assim. O problema
já vinha desde a carta padrão na qual dava para
ver que era uma várzea. Com isso só estourou
o que se expressava antes, já eram extremamente preconceituosos
até com quem faz movimentos dentro da própria
Universidade”, declara Tica Moreno, integrante do centro
acadêmico do curso de ciências sociais.
Os estudantes explicam que essa nova gestão faz parte
de uma ruptura da tradição instalada na faculdade
de direito de sempre estarem envolvidos em questões
políticas e sociais. “Existe a tendência
das pessoas se individualizarem e se alienarem. A Escória
é reflexo disso. As pessoas votaram para negar toda
a postura política tida anteriormente”, fala
Heitor Pelegrini, membro do Centro Acadêmico Visconde
de Cairu da FEA (Faculdade de Economia e Administração).
“Isso é decorrência do esvaziamento acadêmico
da faculdade”, diz Bruno Hadad, aluno de economia e
participante do centro acadêmico.
Quanto ao diálogo entre as entidades estudantis tanto
o C.A da FEA e o de Ciências Sócias, quanto integrantes
do D.C.E (Diretório Central dos Estudantes) são
unânimes em dizer que é difícil conversar
com a Escória. “Não é fácil
conversar com eles. Uma vez fomos conversar sobre o projeto
de levar os calouros que não são de São
Paulo para conhecer o centro. Eles não queriam falar
sério. Falaram para levar os bixos na São Francisco
para pagar cerveja para eles e queriam saber como eram as
bixetes”, conta Gustavo Arruda do Visconde de Cairu.
“Desde o começo da campanha os acompanhamos e
eles são assim mesmo. Já foram eleitos pelo
slogan. Os alunos não assumem a responsabilidade de
que seu voto está valendo, vira uma falta de comprometimento
político”, fala Vanessa Orban do D.C.E.
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