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Ensino
26/11/2004
Inadimplência cai pela 1.ª vez em 4 anos

Os índices de inadimplência caíram em 2004 tanto no ensino superior quanto nas escolas de educação básica do Estado de Sã Paulo. Este é o primeiro ano, nos últimos quatro, em que a taxa não subiu, segundo entidades do setor. As escolas tiveram uma redução de 40% no número de pais devedores e justificam dizendo que aprenderam a profissionalizar sua gestão. Além do aquecimento da economia, a evasão dos alunos - em alguns cursos, de até 50% - é apontada como outra razão da queda dos números em faculdades e universidades.

"O estudante que não pode pagar desiste da faculdade ou vai procurar uma mais barata", diz o presidente do Sindicato das Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), Hermes Figueiredo. Segundo ele, os índices de inadimplência caíram de 22% para 20% este ano, depois de sucessivos crescimentos.

Ivo Isgroe Madoglio, de 21 anos, estudava Jornalismo na UniFMU e ficou seis meses sem pagar a mensalidade. "Não me deixaram fazer acordo nenhum e tive de deixar a faculdade." Depois de ficar um ano sem estudar e acertar as contas com a instituição, conseguiu se transferir para a Universidade Nove de Julho (Uninove), com mensalidade cerca de R$ 300 mais barata. A UniFMU informa que a negociação só não foi efetuada porque o estudante ofereceu cheques pré-datados, que a escola não aceita.

Informatização
A Uninove teve uma redução de 3,5% na taxa de inadimplência desde que adotou um sistema informatizado de gestão, há cerca de um ano e meio. "Antes, demorávamos para identificar os inadimplentes e para propor uma negociação", explica o pró-reitor-adjunto de Administração da Uninove, Marco Malva. O mesmo ocorreu na Universidade da Região de Joinville (Univille), que investiu R$ 1,5 milhão na modernização da gestão, com softwares específicos, e conseguiu levar a inadimplência a 4%, uma das mais baixas de Santa Catarina.

"Estamos cobrando com mais profissionalismo", diz o proprietário do Colégio Morumbi Sul, Paulo Dyrker. Na sua escola, a inadimplência não tem crescido também por causa de uma solução original: "Antes de contratar um serviço, vejo sempre se tem um pai que oferece." Um banco de dados no site do colégio ajuda na identificação. Em troca de mensalidade, pais já forneceram stands para feiras de educação, trabalho fotográfico, materiais escolares.

"Parece que a situação está melhorando um pouco", diz, sobre os reflexos da economia na área da educação, o diretor-executivo do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), Roberto Prado. Depois de repetidos anos com queda de alunos, de acordo com ele, algumas escolas já estão identificando crescimento nas matrículas para o ano que vem.

Para o presidente do Semesp, as mensalidades no ensino superior poderiam ser de 8% a 10% mais baixas não fosse a inadimplência. Os dirigentes das associações reclamam da Lei n.º 9.870, de 1999, que não permite represálias - como expulsão, impedimento de freqüentar as aulas ou fazer provas - ao aluno devedor. As escolas podem apenas se recusar a receber nova matrícula.

RENATA CAFARDO
do jornal O Estado de S. Paulo

   
 
 
 

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