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REFLEXÃO


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08/03/2006 
São Paulo busca as 8 metas do milênio

Carolina Lopes

A Câmara Municipal de São Paulo iniciou a semana com uma atividade inovadora. De 06 a 08 de março, a casa do povo sediou o 1º Fórum da Cidade de São Paulo – “Caminhos do Milênio”. A atividade é o primeiro passo do poder municipal ao encontro das 8 metas do milênio, traçadas pela ONU.

A proposta do evento é aproximar o poder público da sociedade civil, por meio da comunidade acadêmica e de entidades não-governamentais, como o próprio Programa Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) - parceiro da Câmara nessa atividade –, rumo a melhorias na cidade de São Paulo e ao seu desenvolvimento.

Para tanto, o município, através da “carta da cidade de São Paulo”, aderiu à proposta do PNUD e se comprometeu a trabalhar sob a orientação das metas. Essas fazem parte da congruência de um trabalho internacional que se desdobrou em 8 metas comuns a serem alcançadas pelos países do globo terrestre. São elas: 1. erradicar a extrema pobreza e a fome; 2. atingir o ensino básico universal; 3. promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; 4. reduzir a mortalidade infantil; 5. melhorar a saúde materna; 6. combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças; 7. garantir a sustentabilidade ambiental e 8. estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

Deliberações práticas nesse sentido estão previstas apenas para maio, quando os envolvidos se encontrarão novamente, após dois meses de afinamento de propostas. Guilherme de Almeida, coordenador de direitos humanos do PNUD e um dos palestrantes, no entanto, comemora a aproximação: “o fato da Câmara estar sediando o evento é um grande passo. Ainda não temos nada estabelecido, mas o Fórum é um norte dos compromissos da cidade”, explica.

Com uma apresentação bastante teórica, Almeida defendeu em sua palestra - no segundo dia de atividade - que a sociedade se aproprie de dados e pesquisas produzidos por órgãos como o PNUD, que buscam identificar as regiões mais carentes e as suas respectivas necessidades. “É lá que o poder público deve intervir”, defende. Maria Salete Tomioka, coordenadora da Subprefeitura do Ipiranga deu continuidade à fala de Almeida. Disse que, com informações detalhadas a respeito da comunidade em que é responsável, pôde diagnosticar necessidades e fazer as devidas intenções, de modo que regiões mais críticas já estão apresentando resultados positivos. A comunidade de Heliópolis foi um dos exemplos da coordenadora. A favela - que é a maior da cidade - com o apoio do poder público, da articulação comunitária e da iniciativa privada hoje é referência de projetos sociais.

Os principais temas abordados nas atividades foram: sustentabilidade ambiental, estratégias do poder público, parcerias para o desenvolvimento, erradicação da pobreza, saúde, educação e gênero (no dia 8, dia internacional da mulher).

Brasileira é representante das 8 Metas do Milênio chega ao país

Meio Ambiente se destaca entre as Metas

Erika Vieira

“Por definição todos nós somos animais políticos”. Foi baseado neste pensamento de Aristóteles que o consultor ambiental, José de Ávila Coimbra, apresentou seu diagnóstico de Sustentabilidade Ambiental para a cidade de São Paulo, durante o 1º Fórum da Cidade de São Paulo – “Caminhos do Milênio”. Coimbra se remeteu ao filosofo grego para mostrar que os problemas ambientais da cidade serão resolvidos de forma satisfatória quando a sociedade intervir junto com o poder público, para encontrar soluções que promovam um desenvolvimento harmônico entre o econômico e os recursos da natureza. Afinal, todos os cidadãos têm responsabilidade política com o município que habitam.

Para adequar as condições de vida ambiental do paulistano às metas propostas pelo PNUD, é preciso resolver três problemas foco: integrar os princípios de desenvolvimento sustentável nas políticas públicas, melhorar o saneamento básico e distribuição de água potável, e até 2020 conseguir obter uma melhoria significativa da vida de 100 milhões de habitantes de bairros degradados.

No balanço geral São Paulo apresenta índices bons. Nossa cidade possui 33% do território coberto por maciços florestais, índice acima do regulamentado como área protegida de 22,38%. Além disso, também se destaca quando comparado com Nova Iorque com apenas 17% e Chicago com 11%. Quanto à distribuição de água potável, a Sabesp indica que quase 100% da população recebem água tratada, porém falta regularizar o abastecimento. Já o esgoto canalizado atende a mais de 90% da comunidade, mas o problema é ser lançado nos rios, comprometendo as bacias hidrográficas.

No requisito de melhorar os bairros degradados fazendo que até em 2015 o número de favelas seja reduzida. “O governo tem que tomar medidas para suprir questões burocráticas de moradia. Um sujeito não pode pagar um financiamento de 10 anos e no final estar devendo mais que no começo”, diz o professor do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura/USP, Geraldo Gomes Serra, mediador do Fórum.

Mas, o maior desafio é dar um destino saudável ao lixo. Hoje a cidade utiliza dois aterros sanitários (aterro Bandeirantes e São João) que já atingem a capacidade máxima, em 2009 a prefeitura deve disponibilizar novas maneiras de tratar os resíduos sólidos.

”Em parceria com o meio acadêmico, instituições, poder público e privado e ONGs, temos que encontrar um caminho para seguir. Isso não se resolve em gabinete de vereador”, fala João Salvador Furtado, integrante do corpo de pesquisa da USP e do PROGESA (Programa de Educação Sanitária e Ambiental).

   
 
 
 

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