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25/02/2005
SP só termina de pagar dívida em 2012
 

A Prefeitura só vai conseguir quitar a dívida deixada pela gestão Marta Suplicy (PT) com fornecedores em 2012. O anúncio foi feito ontem pelo secretário das Finanças, Mauro Ricardo Costa, em evento em que apresentou critérios para pagar credores nos próximos anos. "Quem não aceitar os critérios e não assinar o contrato com a Prefeitura não recebe."

De acordo com balanço das Finanças, 12.875 fornecedores prestaram serviços e aguardam receber R$ 2,15 bilhões. A maioria - 11.932, ou 93% - é de pequenos empresários com crédito de até R$ 100 mil, que vão ter a dívida quitada - R$ 88,6 milhões - durante o exercício deste ano.

A bomba vai estourar para os 943 fornecedores que têm créditos acima de R$ 100 mil. Este ano, cada um vai ganhar R$ 100 mil. O restante será dividido em 7 anos em parcelas de R$ 231,4 milhões. No total, a Prefeitura deve R$ 1,62 bilhão aos grandes fornecedores. "Nosso limite é estabelecido pelos recursos que temos", disse o secretário dos Negócios Jurídicos, Luiz Antônio Marrey. "Se pagássemos todos de uma vez, não haveria serviços públicos na cidade." Os secretários de Governo, Aloysio Nunes Ferreira, e o de Planejamento, Francisco Luna, também participaram.

Mas a negociação deve continuar. O Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sesvesp), que representa 32 com dívidas de mais de R$ 30 milhões, vai reunir hoje os filiados para decidir o que fazer. Todas têm créditos acima de R$ 100 mil. O presidente José Jacobson Neto, disse que 15 estão fadadas a quebrar. "Nossos custos são apenas salários, encargos e impostos e os empresários pediram empréstimos para poder pagar funcionários", disse.

Representantes de sindicatos de empresas que fazem obras públicas (Apeop), da área da construção civil (Sinduscon), da construção pesada (Sinicesp) e limpeza urbana (Selur) afirmaram que vão se manifestar hoje após publicação da portaria no Diário Oficial.

Os secretários aproveitaram para apresentar um balanço das finanças e criticar a administração passada, que diz ter deixado em caixa R$ 376 milhões, suficientes para pagar credores. Segundo os secretários, havia R$ 332,6 milhões já vinculados a despesas como educação e saúde. A dívida era maior. Para cada R$ 1 disponível em caixa, disseram, havia R$ 6.300 de dívida. Como resultado, Luna explicou, vão deixar de ser investidos este ano R$ 533 milhões, a irão para pagamento da dívida. O montante de investimento do Município é de R$ 2 bilhões. "Imagine quantas creches poderíamos construir", disse Aloysio.

Marrey afirmou que o governo tem fornecido ao Tribunal de Contas do Município e ao Ministério Público os dados para um eventual processo contra a prefeita e sua administração com base na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "O julgamento cabe à Justiça e a Prefeitura pode apenas contribuir com dados." A assessoria da Secretaria das Finanças de Marta reiterou ter deixado R$ 376 milhões em caixa.

BRUNO PAES MANSO
do jornal O Estado de S. Paulo

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