Muhammad Yunus, Nobel da Paz 2006, analisa Bolsa Família e afirma que caridade não promove consciência ao cidadão

RACHEL AÑÓN
CÁSSIO AOQUI

ENVIADOS ESPECIAIS DA FOLHA A BRASÍLIA

Pouco antes de se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Prêmio Nobel da Paz em 2006, Muhammad Yunus, analisou o programa Bolsa Família, do governo federal, como um projeto de transferência de renda que só deve existir no "curtíssimo prazo".

Na avaliação de Yunus, iniciativas como a do Bolsa Família fazem com que as pessoas supostamente beneficiadas deixem de viver no mundo real. "A caridade não é um processo de conscientização, por isso não se deve depender dela. Só assim os cidadãos podem se tornar responsáveis e se integrar ao mundo de verdade", disse o empresário à Folha.

Para ele, embora o governo tenha a obrigação de cumprir seu papel com a sociedade, os cidadãos têm a capacidade de realizar transformações sociais "muito mais rapidamente".

Conhecido como o "banqueiro dos pobres" por ter fundado o Grameen Bank instituição financeira voltada para o microcrédito a pessoas de baixa renda, Yunus critica também a atuação do Banco Mundial: "A entidade não mudou nada desde sua criação. Mas a pressão da sociedade a obrigará a se transformar para isso terá de encontrar por si o caminho".

Além de fundador do Grameen Bank que hoje, segundo ele, beneficia 7,5 milhões de pessoas com empréstimos para geração de renda, Yunus está à frente de 42 empresas de negócios sociais, baseadas no retorno de ganhos obtidos para a sociedade e no comércio justo.

Entre elas, destacam-se a Grameen Phone, com 20 milhões de assinantes o que representa 64% dos usuários de celular no Bangladesh e a Grameen Textile, da área têxtil.

"Estou procurando parceiros em todo o mundo para fazer negócios sociais", revela o Nobel da Paz, que veio ao Brasil para participar do Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, em Brasília.

Os jornalistas viajaram a convite da organização do evento

Quem é empreendedor Social?

É aquele que descobre falhas do setor público ou privado e busca parcerias e recursos financeiros para colocar em prática idéias que provocam mudanças sociais efetivas para a sociedade.

Qual é o perfil de um empreendedor social?

Empreendedores sociais têm múltiplos perfis. Eles podem ser pessoas físicas ou jurídicas e também podem atuar no setor privado.

Se é uma pessoa física, pode, por exemplo, ter descoberto um produto novo que tenha alcançado grande impacto social.

Em caso de pessoa jurídica, o empreendedor social mais comum é o líder de uma ONG. Como não há restrições a empresas que tenham fins lucrativos, o candidato pode também estar à frente de uma cooperativa ou de uma empresa social, desde que predomine o esforço para a criação de valores sociais e ambientais e que o retorno financeiro seja um meio para esse fim.

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