Vez da Voz coloca poesias inclusivas nos vagões do Metrô de São Paulo
DE SÃO PAULO
Quem circula de Metrô pela cidade de São Paulo já percebeu que as viagens estão mais líricas. Há cerca de um mês, os monitores instalados nos vagões de todas as linhas exibem vídeos de poesias --poesias inclusivas.
A iniciativa foi uma parceria entre a Companhia do Metropolitano de São Paulo e a Vez da Voz, ONG liderada pela fonoaudióloga Cláudia Cotês, finalista do Prêmio Empreendedor Social 2009.
O projeto "Poesia em Libras" é interpretado por Rafaella Sessenta e Fabiano Campos. Eles colocaram a língua brasileira de sinais em poesias de autores como Cecília Meireles, Patativa do Assoré e Carlos Drummond de Andrade. Os vídeos são legendados e sem áudio. Animações em desenho completam o formato.
"Esse já era um desejo antigo [fazer algo inclusivo que atingisse uma grande parcela da população]. Aí surgiu a ideia de fazer poesia e achei fantástico", vibra Cotês.
Ela conta que os vídeos têm duração de 15 segundos e envolveram, em sua pesquisa, produção e exibição, profissionais que não estavam habituados em pensar soluções inclusivas. Foram pesquisadas 30 poesias de poetas brasileiros.
"A aceitação foi total. A gente tem recebido muitos elogios", conta Cotês. A princípio, a projeção nos trens do Metrô deve durar três meses. Mas já ouve sinalização, por parte da empresa, para a continuidade do projeto.
Acesse este link para assistir aos vídeos do "Poesia em Libras".