Pesquisadores
desenvolvem
nova vacina contra tuberculose
da Folha
Online
Tuberculose
não é exatamente uma doença de antigamente.
Quem pensa que ela está erradicada, muito se engana. Os números
são alarmantes. Segundo dados da OMS (Organização
Mundial da Saúde), há 2 bilhóes de pessoas
infectadas, o que corresponde a um terço da população
mundial. A cada ano, são detectados 8 milhões de casos
novos da doença.
A situação
no Brasil não é diferente. Todos os anos surgem 120
mil novos doentes. Atualmente já existem 40 milhões
de portadores do bacilo de Koch, causador da tuberculose, no país.
Para
conter o avanço da doença, o Centro de Pesquisas em
Tuberculose, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão
Preto, está desenvolvendo uma nova vacina. Os testes já
são feitos desde 1990, utilizando camundongos, cobaias (porcos-da-índia)
e depois será testada em macacos e seres humanos.
O objetivo
da nova substância é destruir a célula que contém
o bacilo causador da infecção. O novo produto será
elaborado a partir da introdução do DNA (substância
de base do gene) do bacilo no animal que é testado.
Segundo
o professor Célio Lopes, 47, coordenador do Centro de Pesquisas
em Tuberculose, durante o processo de testes, que dura cerca de
oito meses, os animais ficam infectados com as bactérias
resistentes a todas as drogas repressoras da tuberculose. Depois
é injetado o DNA do bacilo que eles produziram, que, por
sua vez, cria defesas contra a própria doença.
Ele
acrescenta que a eficácia, até o momento, é
de 100%. No último ano de testes, não houve nenhum
efeito colateral. Na opinião de Lopes, a previsão
é que os efeitos dessa nova vacina em seres humanos resistentes
a vários tipos de medicamentos de combate à tuberculose
possam ser avaliados em menos de cinco anos.
Os
precursores
A primeira
vacina contra a tuberculose, denominada BCG, foi criada nos anos
20. A eficácia da vacina, contudo, varia de acordo com as
condições de saneamento e higiene de cada país.
No Brasil, segundo Célio Lopes, esse índice é
de 30%.
A rifampsina
foi a primeira droga utilizada no combate à tuberculose.
Célio Lopes diz que os remédios utilizados são
eficazes, mas a longa duração dificulta o tratamento.
"As drogas são tóxicas, por isso as pessoas logo
param de usar, quando se sentem melhores. O problema é que,
na verdade, não estão curadas e continuam espalhando
o bacilo", diz Lopes. (AR)
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