Estudo aponta consequências da idade de adoção
da Reuters
Quanto mais cedo a criança for adotada, maiores suas chances
de se desenvolver normalmente e superar desvantagens no início da
vida, disse o psicólogo inglês Michael Rutter, numa conferência nesta
quinta-feira.
Rutter, professor de psicopatologia desenvolvida no Instituto de Psiquiatria
de Londres, Inglaterra, disse que um estudo com crianças romenas adotadas
até seis meses de idade mostrou que elas tinham QI (Quociente de Inteligência)
maior e experimentaram menos problemas do que crianças que ficaram
mais tempo em orfanatos.
"O que gerou o resultado, mais do que qualquer outra coisa, foi a
idade de adoção", afirmou o professor em entrevista coletiva. Rutter
e seus colegas estudaram 165 crianças que foram adotadas por casais
ingleses. Elas tinham entre seis meses e três anos e meio, e foram
avaliadas durante seis anos.
Embora muitas tenham experimentado as piores condições em orfanatos, onde foram mal-alimentadas e privadas de afeto e cuidados básicos, Rutter afirmou que a maioria mostrou excelente capacidade de recuperação. Aquelas adotadas antes dos dois anos responderam ainda melhor.
Um terço das crianças adotadas depois dos dois anos tiveram problemas contínuos, enquanto a maoiria das que eram menores de seis meses tornaram-se perfeitamente normais quando foram avaliadas aos quatro e seis anos de idade.
"Mas a escala de recuperação é espantosamente larga mesmo nas crianças adotadas mais tarde", completou o psicólogo.
Rutter disse que as descobertas são importantes porque mostram o impacto do tempo na capacidade de recuperação das crianças e a influência dos primeiros anos da infância nas funções cerebrais. "É uma forma de entender a relação entre o desenvolvimento do cérebro e a experiência", completou.
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