Para mostrar a nova coleção "Literatura Ou Morte", a Companhia das Letras promoveu na Bienal do Livro o debate "Os Crimes da Ficção", com Alberto Manguel, Leandro Konder, Moacyr Scliar e Bernardo Carvalho. Os quatro autores fazem parte do projeto, que envolve a edição de 12 livros, em que os personagens centrais são escritores de renome internacional.

Os primeiros volumes produzidos foram "A Morte de Rimbaud" (Leandro Konder), "Stevenson Sob as Palmeiras" (Alberto Manguel), "O Doente Molière" (Rubem Fonseca) e "Medo de Sade" (Bernardo Carvalho). Moacyr Scliar escreveu sobre Franz Kafka. O livro será publicado em junho.

Durante a apresentação, cada um dos escritores comentou um dos outros volumes e deu a sua visão sobre a história criada pelo autor. Depois, as obras foram comentadas pelos próprios autores.

"Medo de Sade", de Bernardo Carvalho, é um romance sobre o escritor francês marquês de Sade (1740-1814). "Queria fazer algo diferente, por isso dividi o livro em dois atos, como uma peça de teatro: o primeiro é um monólogo, e o segundo, um diálogo", conta.

Ao comentar o livro de Alberto Manguel, "Stevenson Sob as Palmeiras", Leandro Konder disse que imaginou versões diferentes para solucionar o misterioso crime envolvendo o escritor escocês Robert Louis Stevenson.

Segundo Konder, personagens de Stevenson, como Dr. Jekyll, de "O Médico e o Monstro", poderiam se unir aos personagens do livro de Manguel: Fanny (a esposa de Stevenson), ou Sosimo (o empregado), cometeriam o assassinato para deixar que a culpa fosse atribuída ao escritor.

O escritor Alberto Manguel afirma que o que mais o impressiona em Stevenson foi a sua força. "Ele sempre buscava parecer forte e saudável. Acho que foi o escritor mais feliz da literatura mundial." Para ele, escrever sobre Stevenson lhe proporcionou a oportunidade de acompanhar Stevenson em sua última aventura.

Konder disse acreditar que a iniciativa da coleção é válida. "Quando falamos sobre esses autores, já estamos querendo mostrar a importância deles e incentivar as pessoas a lê-los."

(Adriana Resende)

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