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Alexander Karelin


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Ian Thorpe


O Pacífico vai à guerra das medalhas

 


ALEXANDER KARELIN
Luta-Rússia

Aos, rivais, a prata e o bronze

Campeão mundial nove vezes seguidas, lenda russa busca a aposentadoria dourada

Associated Press
Karelin briga pela querta medalha olímpica


JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC


Com 128 kg, três medalhas olímpicas e nove títulos mundiais consecutivos concentrados no muque, Alexander Karelin é tido como ouro certo na luta greco-romana.

Aos 33 anos, o russo irá disputar sua última Olimpíada. E quer encerrar a carreira sem nenhuma derrota em lutas internacionais.

‘‘A última vez que perdi foi em 1987, quando fui derrotado por Igor Restorozki, que era o campeão da União Soviética’’, contou Karelin à Folha, por e-mail.

A partir daí, só vitórias. As mais importantes, contra o norte-americano Matt Ghaffari.

Em 1996, o atleta dos EUA perdeu uma final para o russo pela 13ª vez consecutiva. Não aguentou e caiu em lágrimas.

‘‘Ele foi meu grande adversário. Quando você tem um bom oponente pela frente, tem mais estímulo para treinar’’, afirmou Karelin.

Apesar de também praticar a luta livre, prefere a greco-romana por um simples motivo: ela permite golpes com os membros superiores e acima da cintura, justamente sua especialidade.

Para treinar, costuma usar a criatividade, adotando estratégia parecida com a do boxeador norte-americano Richie Melito, conhecido por subir correndo quase cem andares do Empire State como forma de se exercitar.

Karelin também sobe andares de prédios correndo, só que com uma diferença em relação a Melito: costuma carregar peso e não ‘‘andar de mãos vazias’’.

Considerado o maior lutador da história da luta greco-romana, Karelin acha que os brasileiros, apesar de não terem tradição na modalidade nem estarem representados em Sydney, teriam condições de crescer.
‘‘O Brasil ficou conhecido pelas vitórias no jiu-jitsu e no vale-tudo. Nos próximos anos, as chances de o jiu-jitsu se transformar em esporte olímpico são muito pequenas. O vale-tudo, pior ainda. Não é exatamente um esporte nem é aceito em muitos lugares do mundo. Se se dedicar mais à greco-romana, como se dedica ao judô, o Brasil pode ter melhores resultados’’, opinou.

Sobre as perspectivas da Rússia, Alexander Karelin reconhece que ‘‘não são as mesmas de quando comecei’’.

A Guerra Fria entre os Estados Unidos e a ex-União Soviética ajudava _e muito_ a preparação dos comunistas para as competições internacionais por causa da paranóia de querer ser o melhor em tudo.
‘‘Até os anos 80, os países do Leste Europeu aplicavam muitos recursos na formação de atletas. Eram os comunistas contra os capitalistas. Não era só um estímulo maior. A questão era monetária mesmo. Com mais investimentos do nosso lado, os resultados só podiam ser melhores’’, analisou o lutador.

No início dos anos 90, Karelin diz que a crise econômica que afetou a Rússia e os demais países do Leste Europeu fez os governos diminuírem os investimentos ‘‘para o futuro’’.
‘‘O pensamento passou a ser voltado mais para o curto prazo. Os recursos para os centros de formação de atletas foram minguando, e as consequências começam a ser sentidas agora’’, lamenta.

Com Vladimir Putin, que assumiu o governo russo em 31 de dezembro do ano passado no lugar de Boris Ieltsin, Karelin acredita que as perspectivas podem melhorar ‘‘um pouco’’.

‘‘O presidente pratica artes marciais (judô) e isso é bom para o esporte. Reflete não só na Rússia, mas também nas outras repúblicas (ex-soviéticas).’’


OS HERÓIS OLÍMPICOS

St. Louis-1904/Londres-1908

O policial nova-iorquino John Flanagan, bonachão e mulherengo, havia ganhado ouro em Paris-1900 no arremesso do martelo. Nos jogos seguintes, repetiu o feito. Em Londres-1908, já aos 41 anos.

Popperfoto
Estocomo-
1912


Considerado o maior atleta da primeira metada do século, o meio irlandês, meio índio e inteiramente ingênuo Jim Thorpe foi ouro no pentatlo e no decatlo, se transformando no primeiro "Super-Homem" dos Jogos.

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