A chama olímpica
acende
a
causa social
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DO PAINEL FC
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Elas
estão de volta. As Organizações Não-Governamentais
devem ter seu capítulo escrito na Olimpíada deste ano.
A atuação das ONGs em Sydney durante os Jogos não
deverá ser pequena, assim como não foi no ano passado,
quando sua ação tumultou a reunião da Organização
Mundial do Comércio em Seattle, fosse protestando contra a instituição
ou fazendo manifestações contra o processo de globalização.
Mas na Olimpíada a presença das ONGs deve ser sentida
de modo diferente. Será encampada pelos principais atletas, os
que prometem se destacar e fazer história nos Jogos, já
que a maior parte deles é conhecida pelo apoio a causas sociais
e por sua ligação com as organizações.
Pesquisa do Socog, o Comitê Organizador de Sydney-2000, aponta
que cerca de 400 ONGs têm apoio de atletas olímpicos.
É o caso de Ian Thorpe, a estrela teen da natação
australiana e antecipada sensação dos Jogos. Recordista
mundial dos 200 m, dos 400 m e do revezamento 4x200 m, ele espera abaixar
as marcas mais ainda em Sydney. E aproveitar a repercussão de
seus feitos para divulgar as causas que defende.
Entre elas, centros de recuperação para crianças
com câncer e Aids na África, pesquisa para aperfeiçoamento
do tratamento de câncer linfático e ajuda a instituições
que agem como o CVV (Centro de Valorização da Vida).
Outro exemplo é Lance Armstrong, ciclista americano que descobriu
ter câncer nos testículos há quatro anos, passou
por cirurgias e quimioterapia e hoje é o favorito ao ouro. Quer
dedicar a vitória a crianças enfermas e internadas em
instituições que visita periodicamente, mantidas com recursos
da fundação que formou.
E não deixa de ser a situação de Patrick Rafter,
o mais carismático do circuito mundial do tênis, adorado
na Austrália também pela filantropia.
Nas páginas seguintes, a Folha traz um perfil de 11 dos
atletas que devem _ou pelo menos têm tudo para_ se consagrar em
Sydney. Com algumas exceções, o bom comportamento e a
preocupação com causas sociais são dois pontos
fortes entre os homens e mulheres que tentarão fazer história
na Austrália.
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