São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2001


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TRECHO

"Ele leva uma vida contemporânea. Obedece a um direito civil e penal ocidental, está envolvido num baralhamento complexo de transações sociais e econômicas e nunca sabe ao certo se elas estão de acordo ou não com sua fé islâmica. Esquece por um tempo suas preocupações, até que, numa sexta-feira, ouve um imã (autoridade religiosa que comanda a oração) ou lê a página religiosa de um jornal, reavivando sua inquietude. Ele compreende que foi submetido a um desdobramento de sua personalidade: metade de seu ser reza, jejua e faz a peregrinação (a Meca). A outra metade acirra sua nulidade nos bancos, nos tribunais, nos cinemas, ou em casa, entre os seus, diante da TV."



O escritor egípcio Naguib Mahfouz, Prêmio Nobel de Literatura de 1988 e autor de obras como "Zuqaq al Midaq" ("A viela de Midaq"), descreve a condição de um muçulmano na sociedade egípcia, influenciada pelo movimento laico.

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