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Países do Oriente Médio vivem dilema: apoiar ou não EUA
DA REDAÇÃO
Países islâmicos do Oriente Médio enfrentam um dilema: oferecer ou não apoio mais que retórico aos EUA, que colaboram com a
manutenção de diversos regimes
ditatoriais na região, na cruzada/
jihad (George W. Bush já usou os
dois termos) contra o terrorismo.
Teme-se despertar a fúria da população, que não vê com bons
olhos a aliança EUA-Israel.
A Arábia Saudita e o Egito aparecem como dois países-chave na
coalizão internacional antiterror,
embora tenham dito que a cooperação deve "desvincular terrorismo de resistência islâmica contra
a ocupação israelense".
Na categoria, estariam grupos
como o Hamas (Harakat al Muqawama al Islamiia: Movimento
da Resistência Islâmica), que cometeu vários atentados contra israelenses, e o Hizbollah (Partido
de Deus), criado logo após a invasão do Líbano em 1982, quando
ao menos 20 mil pessoas morreram. O atual premiê de Israel,
Ariel Sharon, que comandou a
ofensiva em território libanês,
ameaça agora a tentativa de forjar
uma frente EUA-muçulmanos.
Nos dias seguintes aos atentados na Costa Leste, Israel invadiu
diversas cidades palestinas, como
Jericó, Jenin e Ramallah, com um
saldo de ao menos 20 palestinos
mortos e cem feridos.
Diversos grupos extremistas islâmicos surgiram em meio ao
conflito israelo-árabe ou em resposta à presença de tropas estrangeiras no golfo Pérsico, convocadas após a invasão do Kuait. Outros combatem o regime de seu
próprio país -caso do Egito.
Segundo o filósofo palestino
Edward Said, "para a maioria das
pessoas no mundo islâmico e no
árabe, os Estados Unidos oficiais
são sinônimo de poder arrogante,
conhecido sobretudo por seu
apoio hipocritamente generoso
não apenas a Israel como também
a numerosos regimes repressores
árabes, e por seu desinteresse pela
simples possibilidade de diálogo
com pessoas e movimentos seculares com queixas concretas".
Os EUA ajudaram a derrubar
governos democraticamente eleitos em países islâmicos e bloquearam as diversas tentativas de exigir na ONU a devolução de territórios palestinos e sírios.
Desde a Guerra do Golfo (1991),
o país mantém aviões e navios no
golfo Pérsico, incluindo a Arábia
Saudita, o Kuait, os Emirados
Árabes Unidos e Bahrein.
Nas raras entrevistas que concedeu, Osama bin Laden acusa os
EUA de "profanar" com sua presença militar a Arábia Saudita,
berço do islamismo, além de acusar os norte-americanos de apoiar
incondicionalmente Israel. O extremista também defende o fim
de "comportamentos ocidentais"
em Estados muçulmanos.
A Arábia Saudita, país tradicionalmente refratário a influências
estrangeiras onde as lojas fecham,
por lei, durante o horário da oração muçulmana pode ver surgir
focos de instabilidade com o envolvimento em um conflito no
Afeganistão.
(PDF)
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