Livraria da Folha

 
08/09/2010 - 23h16

Livro conta como Guerra do Golfo colocou a CNN no foco internacional

ARIADNE ARAÚJO
colaboração para a Livraria da Folha

Divulgação
Saiba como a cobertura da Guerra do Golfo colocou a CNN no topo
Saiba como a cobertura da Guerra do Golfo colocou a CNN no topo

Nas telas de TV, algo jamais visto até então. Uma guerra transmitida ao mundo todo e em tempo real. Assim, no início de 1991, quando os aliados bombardearam Bagdá, na operação que ficou internacionalmente conhecida como "Tempestade no deserto", imagens em direto do conflito deixaram estupefatos milhares de telespectadores em todo o planeta. A partir desse episódio, a rede de notícias via tevê a cabo CNN, a Cable News Network, entrou em foco internacional e para a história como a primeira a cobrir um conflito armado ao vivo.

Em "Nós Mudamos o Mundo: Um Pioneiro Revela a História da CNN" (Manole, 2006), Sidney Pike, o presidente do braço internacional da TV a cabo, diz que a transmissão ao vivo da Guerra do Golfo projetou a CNN muito além "do que jamais ousaríamos sonhar". A partir disso, a CNN transformou-se, segundo ele, em um fórum onde governos de países em guerra poderiam se comunicar. Para a população mundial, "nossa cobertura foi uma forma de observar imediatamente os horrores e as consequências dos conflitos armados".

Na época do conflito no Golfo, a CNN já tinha seu próprio sinal 24 horas no ar, transmitindo por satélites do mundo todo - o sinal da Statsionar 12 cobria desde o litoral do Brasil até as Filipinas. Dessa forma, a rede de notícias não precisava mais do sinal da AFRTS, o serviço de rádio e televisão das Forças Armadas norte-americanas, conhecido como Global Broadcasting Service. Ainda segundo Pike, a CNN tendia a reforçar a posição do Inglês como língua oficial e promover mundialmente a civilização ocidental.

Pike conta como a emissora, que começou com apenas um canal de notícias 24 horas no ar em 1980 e se tornou a maior rede de notícias do mundo. Com mais de 900 redes filiadas, um noticiário amparado por 37 agências de notícias e cerca de 4 mil funcionários, a CNN mostrou sua força. Em 2001, tinha já fortes concorrentes, mas chegou em 2005 ainda como o maior serviço de notícias 24 horas no ar: somava 1,5 bilhão de telespectadores em mais de 212 países e territórios, sendo retransmitida por 14 satélites que cobrem os 6 continentes.

Enquanto transmitia imagens históricas, como o protesto do jovem que desafiou um tanque de guerra na Praça da Paz Celestial, na China, ou ainda a queda do muro de Berlim, a CNN internacional funcionou, no olhar de seu ex-presidente, "como um sistema de comunicação entre países". Segundo Pike, "os governos podiam monitorar o mundo sem onerar seus contribuintes". Assim, na era dos satélites globais, a CNN quebrou monopólios, abriu caminhos para o acesso irrestrito ao sinal via satélite e, depois disso, disse ele, "o mundo nunca mais seria o mesmo".

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"Nós Mudamos o Mundo: Um Pioneiro Revela a História da CNN"
Autor: Sidney Pike
Editora: Manole
Páginas: 518
Quanto: R$ 12,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha.

 
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