Livraria da Folha

 
28/09/2010 - 17h09

Em "Batalhas Eleitorais", marqueteiro revela bastidores das relações entre política e mídia

da Livraria da Folha

Divulgação
Marqueteiro conta episódios dos bastidores das eleições
Marqueteiro conta episódios dos bastidores das eleições

Intrigas, conchavos, reviravoltas, surpresas de última hora. Guerras de vida e de morte, eleição é coisa para quem tem nervos de aço. O publicitário, jornalista e estrategista em marketing político, Chico Santa Rita, já esteve no olho do furacão de muitas destas lutas pelo voto do eleitor brasileiro e sabe como ninguém os segredos e os bastidores de algumas das mais polêmicas e emocionantes eleições da história da redemocratização no Brasil.

De dentro para fora, as histórias destas eleições são agora mostradas em "Batalhas Eleitorais - 25 anos de Marketing Político" (Geração Editorial). Das cem campanhas eleitorais de que Chico Santa Rita participou, algumas ele considera históricas. Por exemplo, a que elegeu Fernando Collor presidente em 1989 e a que levou o povo brasileiro a escolher a forma e o sistema de governo para o país - se a república ou a monarquia, se presidencialista ou parlamentarista.

Na campanha de Fernando Collor, o marqueteiro chegou no meio de um quiproquó entre os membros da equipe, justo no momento da batalha final contra o outro candidato que crescia nas pesquisas, Lula. Nas páginas do livro, o desespero de um nervoso e agitado Collor, "com medo de morrer na praia" e a solução "salvadora" que cai nas mãos da equipe em forma de uma gravação. Na fita, uma ex-namorada de Lula confirmava o que já havia dito para o "Jornal do Brasil" oito meses atrás. Mas na televisão, o depoimento tinha força de uma bomba.

A operação para parar de vez a sangria de votos para Lula deu certo e causou uma polêmica nacional. Chico Santa Rita lembra ainda das acusações de favorecimento para ajudar Collor por parte do "Jornal Nacional". Segundo o marqueteiro, Alberico Sousa Cruz, o diretor dos telejornais da Central Globo de Jornalismo e Collor falavam-se com frequência e, na intimidade da campanha, Alberico era citado "como uma pessoa disposta a ajudar". Por estas e outras, Chico Santa Rita perdeu o gosto e deixou a campanha.

Em 2000, na eleição para a Prefeitura de São Paulo, Santa Rita tem novo convite para dirigir a comunicação do candidato ex-presidente do Brasil. "Quem conhece Collor não trabalha para Collor", respondeu o marqueteiro.

As lições tiradas de muitos destes episódios vêm juntar mais uma pedra para a consolidação de uma atividade, o marketing político, que no Brasil é ainda muito nova. Uma história que começa no final dos anos 70, quando os políticos puderam pedir votos livremente nas ruas, mas que tem, sem dúvida, gerado paixões e dado muito o que falar ao longo dos anos.

 
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