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17/10/2010 - 10h00

Influência da língua "tupi" no português ganha análise em livro

da Livraria da Folha

Divulgação
Especialistas analisam influência da língua "tupi" no português do Brasil
Especialistas analisam influência da língua "tupi" no português do Brasil

"O Português e o Tupi no Brasil" apresenta artigos de especialistas sobre a influência marcante da língua indígena no português falado pelo povo brasileiro.

Palavras de uso comum como maracujá, abacaxi e açaí, ou mesmo Paraná, Itanhaém, Curitiba ou Ubatuba distinguem-se por terem origem na língua "tupi".

Os organizadores Volker Noll e Wolf Dietrich explicam que "em contraste com a tradição tupi na história do português brasileiro, as outras línguas indígenas, umas 170 que estão ainda vivas em território brasileiro, não exerceram nenhuma influência notável."

Na obra, os diversos especialistas analisam a rica herança, partindo desde o esboço tipológico da língua indígena em questão, passando pelos primeiros empréstimos dela ao português do Brasil, o choque ocorrido na capitania de São Paulo no século 17 e a herança indígena no cotidiano.

Com dados consistentes e análises de diversas variações da língua indígena, o leitor toma conhecimento de como ocorreu esta importante influência que não é ensinada na escola, e por vezes, nem citada. Um dos momentos mais curiosos da obra é a passagem que põe frente à frente o português europeu com o português que nestas terras estava em processo de formação.

Leia trecho.

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O que se chama "tupi" na tradição brasileira a partir do século xix corresponde a uma realidade linguística complexa. O tupinambá, em que se baseiam as línguas gerais da época colonial, a língua brasílica, a língua geral paulista e a língua geral amazônica, extinto desde a primeira metade do século xviii (cf. Rodrigues, 1996: 57), foi uma das línguas da grande família linguística tupi-guarani. Essa se chama tupi-guarani, nas classificações dos especialistas, porque o tupi(nambá) e o guarani foram as primeiras línguas documentadas da família e assim serviram como definição.

Além disso, a família tupi-guarani forma um grupo com outras línguas mais distantes na sua diferenciação histórica, mas que, elas também, apresentam correspondências regulares de sons, de palavras e de formas gramaticais. A língua ancestral, postulada nas hipóteses dos linguistas, o prototupi, corresponde ao conceito do protoindo-europeu, a protolíngua de todas as famílias linguísticas que se estendem da Europa até a Índia.

Como as línguas românicas, germânicas, eslavas, bálticas, célticas, indo-arianas etc. formam o tronco indo-europeu, assim as famílias tupi-guarani, arikem, juruna, mondé, tupari etc., que alistamos a seguir, formam o tronco tupi. Portanto, o tupi-guarani é uma das famílias do tronco tupi. O prototupi reconstruído pelos especialistas de Linguística Histórica tem uma antiguidade de vários milênios.

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"O Português e o Tupi no Brasil"
Autores: Volker Noll e Wolf Dietrich (Organizadores)
Editora: Contexto
Páginas: 240
Quanto: R$ 39,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

 
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