Livraria da Folha

 
08/12/2009 - 10h43

Livro propõe nova concepção da obra de Clarice Lispector

da Livraria da Folha

Clarice Lispector e suas personagens destoam em gênero, número e feminilidade. Joana, de "Perto do Coração Selvagem" afirma-se por meio de sua dualidade existencial entre a que sabia ligeiramente que era e a que era mesmo, profundamente. Virgínia, em "O Lustre", equilibrava-se no indistinto. Lucrécia, de "A Cidade Sitiada", permanecia na dúvida entre a criação de cidades e pessoas, e Macabéa, em "A Hora da Estrela", decidiu virar estrela de mil pontas.

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Autora propõe nova abordagem sobre a obra de Clarice Lispector
Autora propõe nova abordagem sobre a obra de Clarice Lispector

Em "O Percurso das Personagens de Clarice Lispector" (Garamond, 2009), Bernadete Grob-Lima resgata a modernidade da escritura clariceana. A autora propõe uma nova concepção da obra da "bruxa", e mostra como a escritora aborda os grandes temas da vida moderna e dirige as possibilidades do homem para o futuro. O volume esmiúça as personagens criadas por Clarice em uma espécie de texto lítero-analítico.

Segundo Bernadete, a obra de Clarice não pretende dar uma lição de moral, mas de sabedoria ao reconstruir a subjetividade do homem comum, sem qualquer compromisso ideológico. O saber humano diante das errâncias é um bem cultural que garante o discernimento do homem perante si e perante o mundo. Nada que Clarice não consiga pontuar. Como exemplo, a incompletude até no formato das orelhas, mas "o que importa realmente é que elas ouçam, isso não tem dúvida", esclarece em livro.

 
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