Livraria da Folha

 
22/01/2010 - 13h18

"Chéri" faz retrato da alma feminina; leia trecho

da Folha Online

Chegando simultaneamente nos cinemas e nas livrarias, "Chéri" faz um retrato da Paris do início do século 20. Protagonizado por Michelle Pfeiffer, narra a história de Léa, uma cortesã de meia-idade que inicia um romance com Chéri, um rapaz muito mais novo do que ela.

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Michelle Pfeiffer vive cortesã de meia-idade envolvida com o jovem Chéri, de 19 anos
Michelle Pfeiffer vive cortesã de meia idade envolvida com o jovem Chéri, de 19 anos

O relacionamento do casal dura seis anos, tempo em que Léa inicia o jovem mimado nos prazeres do amor. Após este período, Madame Peloux, mãe de Chéri e cortesã rival de Léa, firma um arranjo de casamento para o rapaz. Obrigados a se separarem, Léa percebe que a dor da separação é muito grande e Chéri, mesmo casado, não a esquece e refugia-se em um mundo de fantasia.

O livro, escrito pela francesa Sidonie Gabrielle Colette e autora de "Gigi", ganha nova edição que é lançada junto com sua versão cinematográfica. Considerado a melhor obra de Colette, "Chéri" causou controvérsias e polêmicas quando foi lançado. O volume faz um retrato irônico da sociedade e uma análise da alma feminina.

Dirigido por Stephen Frears, que também trabalhou com Pfeiffer em "Ligações Perigosas", o filme foi exibido no Festival de Berlim de 2009 e recebeu elogios por, assim como em seus outros longas, utilizar-se de histórias de outras épocas para tratar de temas atuais. Neste caso, o envelhecimento e a decadência.

Leia abaixo trecho de "Chéri".

*

- LÉA! Dê-me o colar de pérolas! Está me ouvindo, Léa? Dê-me o colar!

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"Chéri" narra o romance de uma cortesã e um rapaz mais novo
"Chéri" narra o romance de uma cortesã e um rapaz mais novo

Nenhuma resposta saiu da ampla cama de ferro batido e cobre esculpido, que brilhava qual uma armadura na penumbra.

- Por que não me dá o colar? Fica tão bem em mim quanto em você, até melhor!

Ao retinir do fecho, os rendados da cama agitaram-se,dois braços nus, magníficos, finos no pulso, ergueram duas belas mãos preguiçosas.

- Largue isso, Chéri, já brincou demais com esse colar.

- Estou me divertindo... Tem medo que o roube devocê?

Diante das cortinas cor-de-rosa atravessadas pelo sol, ele dançava, todo preto, como um gracioso diabo contra um fundo de fornalha. Porém, ao recuar até a cama, voltou a ficar branco, do pijama de seda às babuchas de camurça.

- Não - respondeu a voz suave e baixa. - Mas você está forçando o fio do colar. As pérolas são pesadas.

- É verdade - disse Chéri com consideração. - Quem lhe deu esse bibelô não estava de brincadeira.

Achava-se em frente a um espelho comprido, fixado na parede entre as duas janelas, e contemplava sua bela imagem de adolescente, nem alto nem baixo, cabelo azulado como a penugem de um melro. Abriu o pijama e exibiu um peito fosco e duro, abaulado como um escudo, e a mesma centelha cor-de-rosa brincou em seus dentes, no fundo branco de seus olhos escuros e nas pérolas do colar.

- Tire o colar - insistiu a voz feminina. - Não está ouvindo o que lhe digo?

Imóvel diante de sua imagem, o rapaz ria baixinho: - Sim, sim, estou ouvindo. Sei muito bem que está com medo que eu o roube de você!

- Não, mas, se o desse para você, você seria capaz de aceitá-lo.

Ele correu para a cama, atirou-se nela como uma bola:

- Até parece! Estou acima das convenções. Acho idiota um homem aceitar de uma mulher uma pérola num alfinete, ou duas em abotoaduras, e sentir-se desonrado quando ela lhe dá cinquenta...

- Quarenta e nove.

- Quarenta e nove, sei a quantidade. Vai dizer que não fiquei bem? Diga então que estou feio...

Ele debruçava sobre a mulher deitada uma risada provocante que mostrava dentes minúsculos e lábios molhados. Léa sentou-se na cama:

- Não, não digo. Em primeiro lugar porque você não acreditaria. Mas será que não consegue rir sem franzir o nariz desse jeito? Por acaso vai gostar quando tiver três rugas no canto do nariz?

Ele parou de rir imediatamente, esticou a pele da testa, afinou o queixo com a habilidade de uma velha frívola. Olhavam-se com um olhar hostil; ela, com os cotovelos entre sua lingerie e seus rendados, ele, sentado na beirada da cama. Pensava: "É típico dela me falar das rugas que terei." E ela: "Por que ele fica tão feio quando ri, ele que é a própria beleza?" Refletiu por um instante e terminou o pensamento em voz alta:

- É porque você assume uma expressão malvada quando está alegre... Você não ri senão por maldade ou zombaria. Isso o deixa feio. Você é frequentemente feio.

- Isso não é verdade! - gritou Chéri, irritado.

A raiva juntava suas sobrancelhas na raiz do nariz, aumentava os olhos cheios de uma luz insolente, armados com cílios, entreabria o arco desdenhoso e casto da
boca. Léa sorriu ao vê-lo tal como ela o amava, revoltado depois submisso, mal acorrentado, incapaz de ser livre. Colocou uma das mãos sobre a jovem cabeça, que sacudiu impacientemente o jugo. Ela murmurou, como se acalmasse um animal:

- Vem cá... Vem cá... O que é... o que é afinal...

Ele desmoronou no belo ombro oferecido, empurrando com a testa, com o nariz, escavando seu lugar familiar, já fechando os olhos e procurando aquele cochilo aninhado das longas manhãs, mas Léa rechaçou-o:
- Nada disso, Chéri! Você vai almoçar na casa da nossa Megera Nacional e faltam vinte minutos para o meio-dia.

- Não é possível! Vou almoçar na casa da patroa? Você também? Léa deslizou preguiçosamente para o fundo da cama.

- Eu não, estou de folga. Tomarei o café às duas e meia, ou o chá às seis, ou fumarei um cigarro às quinze para as nove... Não se preocupe, ela vai continuar a me ver muito. E, afinal de contas, ela não me convidou.

Chéri, que resmungava de pé, iluminou-se de malícia:

- E eu sei por quê. Ela vai receber gente fina. Teremos a bela Marie-Laure e sua filha venenosa!

Os grandes olhos azuis de Léa, que vagueavam, fixaram-se:

- Ah, sim! Uma graça de menina. Menos que a mãe, mas uma graça... Quer finalmente tirar esse colar?

- Que pena - suspirou Chéri, soltando-o. - Cairia bem no meu enxoval.

Léa apoiou-se num dos cotovelos:

- Que enxoval?

- O meu - disse Chéri, com uma importância cômica.

- MEU enxoval das MINHAS joias do MEU casamento...

Deu um salto, caiu sobre seus pés após um correto entrechat-six, empurrou a portinhola com uma cabeçada e desapareceu, gritando:

- Meu banho, Rose! No capricho! Vou almoçar na patroa!

"Pronto", pensou Léa. "Um lago no banheiro, oito toalhas encharcadas e fiapos de barba na pia. Ah, se eu tivesse dois banheiros..."

Porém, como das outras vezes, deu-se conta de que seria preciso suprimir um guarda-roupa, diminuir a alcova da penteadeira, e concluiu como sempre:

- Vou esperar até o casamento de Chéri.

Voltou a deitar de barriga para cima e constatou que na véspera Chéri arremessara suas meias no aparador da lareira, sua exígua cueca na escrivaninha, sua gravata no pescoço de um busto de Léa. Sem querer, sorriu diante daquela inflamada desordem masculina e semicerrou seus grandes olhos tranquilos, de um azul jovem que preservara todos os cílios castanhos. Aos 49 anos, Léonie Lallon, mais conhecida como Léa de Lonval, encerrava uma bem-sucedida carreira de cortesã e de boa moça que a vida poupara das catástrofes lisonjeiras e das mágoas nobres. Embora escondesse a data de nascimento, admitia com naturalidade, dardejando sobre Chéri um olhar de condescendência voluptuosa, que atingira a idade de se conceder alguns pequenos prazeres. Era adepta da ordem, da toalha de mesa vistosa, dos vinhos envelhecidos, da culinária balanceada. Sua juventude de loura incensada, depois sua maturidade de manteúda rica não haviam aceitado nem o brilho constrangedor nem o equívoco, e seus amigos lembravam-se de uma festa de Drags, por volta de 1895, quando Léa respondeu ao secretário do Gil Blas, que se dirigia a ela como "querida artista":

- Artista? Oh, francamente, caro amigo, meus amantes falam demais...

Suas contemporâneas invejavam sua saúde inalterável, e as mais jovens, cujas nádegas e barrigas já se comprimiam com a moda de 1912, zombavam do peito volumoso de Léa - estas e aquelas também cobiçavam Chéri.

- Ora, meu Deus! - dizia Léa. - Não tem de quê.

É só pegar. Ele não nasceu grudado em mim e é dono do seu nariz.

No que mentia um pouco, orgulhosa de um relacionamento - dizia às vezes "adoção", por inclinação à sinceridade - que já durava seis anos.

- Enxoval... - repetiu Léa. - Fazer Chéri casar... Não é possível, não é... humano... dar uma garota a Chéri. Por que não atirar um osso aos cães? As pessoas não sabem o que é Chéri.

Rolava entre os dedos, como um rosário, o colar jogado na cama. Passara a tirá-lo à noite, pois Chéri, apaixonado pelas belas pérolas e que as acariciava ao amanhecer, teria tido todo o tempo de observar que o pescoço de Léa, estufado, perdia sua alvura, revelando músculos flácidos sob a pele. Prendeu-o em sua nuca sem se levantar e pegou um espelho no aparador da cabeceira.

"Pareço uma jardineira", julgou sem rodeios. "Uma horteleira. Uma horteleira normanda de colar a caminho de sua plantação de batatas. É como se eu enfiasse uma pena de avestruz no nariz - e estou sendo educada."

Deu de ombros, severa com tudo que não apreciava mais em si: uma tez viva, saudável, um tanto avermelhada, uma tez de ar livre, perfeita para realçar a cor franca das pupilas azuis rodeadas por um azul mais escuro. O nariz empinado ainda era gracioso para Léa; "o nariz de Maria Antonieta!", afirmava a mãe de Chéri, que nunca se esquecia de acrescentar: "e daqui a dois anos essa nossa querida Léa terá o queixo de Luís XVI". A boca de dentes cerrados, que quase nunca dava uma risada, sorria frequentemente, em harmonia com os grandes olhos de piscares lentos e raros, sorriso mil vezes elogiado, cantado, fotografado, sorriso profundo e confiante que não podia cansar.

No que se referia ao corpo, "sabemos muito bem", dizia Léa, "que um corpo de boa qualidade dura muito tempo". Ainda podia mostrá-lo, aquele imponente corpo de uma alvura rosada, agraciado com as pernas compridas e o porte ereto que vemos nas ninfas das fontes da Itália; as nádegas, perfeitas, e o colo, alto e rijo, podiam resistir, dizia Léa, "até bem depois do casamento de Chéri".

Levantou-se, cobriu-se com um penhoar e abriu ela mesma as cortinas. O sol do meio-dia penetrou no quarto cor-de-rosa, alegre e decorado com exagero e um luxo datado, rendados duplos nas janelas, forro cor de pétala de rosa nas paredes, madeiras douradas, luminárias elétricas com cúpulas brancas e violeta, e móveis antigos estofados com sedas modernas. Léa não abria mão daquele quarto macio nem de sua cama, obra-prima considerável, indestrutível, de cobre e ferro batido, severa ao olhar e cruel para as tíbias.

- De jeito nenhum - protestava a mãe de Chéri -, não é tão feio assim. Gosto desse quarto. É uma época, tem seu requinte. Lembra a Païva.

Léa sorria à lembrança da "Megera Nacional" enquanto levantava seus cabelos desarrumados. Empoou apressadamente as faces ao ouvir duas portas baterem e a colisão de um pé calçado num móvel delicado. Chéri retornava de calça e camisa, sem falso colarinho, as orelhas brancas de talco e o humor agressivo.

- Onde está meu alfinete? Toca maldita! Roubo de joias, agora?

- Foi Marcel que o prendeu na gravata dele para ir à feira - disse Léa gravemente.

Chéri, sem senso de humor, tropeçava na piada como uma formiga num pedaço de carvão. Interrompeu sua deambulação ameaçadora e só achou para responder:

- Que gracinha!... e minhas botinas?

- Quais?

- As de camurça!

Léa, sentada em sua penteadeira, ergueu olhos dulcíssimos:

- Você deve estar brincando - insinuou com uma voz cariciosa.

- O dia em que uma mulher me amar pela minha inteligência, estou feito - retorquiu Chéri. - Enquanto isso não acontece, quero meu alfinete e minhas botinas!

- Para quê? Não se usa alfinete com casaca, e você já está calçado.

Chéri bateu o pé.

- Estou cheio, ninguém se preocupa comigo por aqui! Estou cheio!

Léa descansou seu pente.

- Pois muito bem, vá embora.

Ele sacudiu os ombros, grosseiro:

- Ouvi bem?

- Vá embora. Sempre tive horror a convidados que criticam a comida e misturam requeijão com sorvete. Vá para a casa da sua santa mãe, meu filho, e fique por lá.

Ele não sustentou o olhar de Léa, baixou os olhos, protestou como um colegial:

- Quer dizer que não posso falar nada? Será que pelo menos me empresta o carro para eu ir a Neuilly?

- Não.

- Por quê?...

- Porque vou sair às duas horas e Philibert tem sua hora de almoço.

- Aonde vai às duas horas?

- Cumprir meus deveres religiosos. Mas se quiser três francos para um táxi... Imbecil - continuou lentamente

-, é bem provável que eu vá tomar um café na casa de sua augusta mãe, às duas horas. Contente?

Ele balançava a testa como um carneirinho.

- Maltratam-me, negam-me tudo, escondem minhas coisas...

- Então nunca irá aprender a se vestir sozinho?

Tomou das mãos de Chéri o falso colarinho, que abotoou, e a gravata, na qual fez o nó.

- Nossa!... Oh! Essa gravata violeta... Enfim, está ótima para a bela Marie-Laure e sua família... E você ainda queria uma pérola? Pedantezinho... Por que não brincos nas orelhas?...

Ele se entregava, ingênuo, mole, vacilante, remergulhado numa indolência e num prazer que lhe fechavam os olhos...

- Nounoune querida... - murmurou.

Ela limpou suas orelhas, consertou a risca, fina e azulada, que dividia os cabelos negros de Chéri, tocou-lhe as têmporas com um dedo umedecido de perfume e beijou rapidamente, porque não pôde refrear-se, a boca tentadora que respirava tão perto de si. Chéri abriu os olhos, os lábios, estendeu as mãos... Ela o afastou:

- Não! Quinze para a uma! Corra e que eu não o veja nunca mais!

- Nunca mais?

- Nunca mais! - respondeu ela, rindo com uma ternura exaltada.

Sozinha, sorriu orgulhosamente, deu um suspiro fremente de avidez saciada e escutou os passos de Chéri no corredor da mansão. Viu-o abrir e fechar o portão, afastar-se em seu passo alado, imediatamente saudado pelo êxtase de três fulaninhas que caminhavam de braços dados:

- Minha nossa!... Não é possível, ele é um sonho!... Pedimos para apalpar?

Mas Chéri, fingindo indiferença, nem sequer se voltou.

- Meu banho, Rose! A manicure pode ir embora; já é tarde. O tailleur azul, o novo, o chapéu azul, aquele com o forro branco, e os sapatinhos de laçarote... não, espere...

Léa, de pernas cruzadas, apalpou seu tornozelo nu e balançou a cabeça:

- Não, as botinas de couro de cabrito azul com cadarços. Estou com as pernas um pouco inchadas hoje. É o calor.

A camareira, idosa, com uma touca de filó, ergueu para Léa um olhar experiente:

- É o calor... é o calor - repetiu docilmente, dando de ombros, como se dissesse: "Nós sabemos... tudo se gasta mesmo..."

Quando Chéri saiu, Léa ressuscitou, escrupulosa, aliviada. Em menos de uma hora, foi banhada, massageada com álcool perfumado com sândalo, penteada, calçada. Enquanto o ferro de frisar esquentava, achou tempo para destrinchar o livro de contas do maître e chamar o criado Émile para lhe apontar uma mancha azul num espelho. Vistoriou o ambiente com um olhar seguro, que não se enganava quase nunca, e almoçou numa solidão alegre, sorrindo para o Vouvray seco e os morangos de junho servidos com seus cabinhos num prato de Rubelles, verde como uma rãzinha molhada. Devia ter sido um grande glutão quem escolhera, em outros tempos, para essa sala de jantar retangular, os grandes espelhos Luís XVI e a mobília inglesa da mesma época, aparadores arejados, bufê alto com pés, cadeiras magras e sólidas, tudo numa madeira quase negra, com finas guirlandas. Os espelhos e as pesadas peças de prataria recebiam o dia abundante, os reflexos verdes das árvores da avenida Bugeaud, e Léa examinava, enquanto comia, o pó vermelho remanescente na ourivesaria de um garfo, fechando um olho para melhor julgar o polimento das madeiras escuras. O maître, atrás dela, temia aqueles trejeitos.

- Marcel - disse Léa -, sua gruda encáustica, já faz uma semana.

- A madame acha?

- Acho. Acrescente essência derretendo em banhomaria, não custa nada refazer. Você subiu o Vouvray um pouco cedo. Abra as persianas assim que tirar a mesa, o calor está de morte.

- Pois não, madame. O senhor Ch... o senhor Peloux janta?

- Acho que sim... Nada de crème-surprise esta noite, mande preparar apenas sorvetes com suco de morango. Café no boudoir.

Ao se levantar, altiva e empertigada, as pernas visíveis sob a saia colada nas coxas, teve tempo de ler, no olhar contido do maître, o "a madame está linda" que não lhe desagradava.

"Linda", dizia consigo Léa, subindo para o boudoir. "Não. Em outros tempos, sim. Agora preciso do branco do lençol perto do rosto, o rosa bem clarinho para a lingerie e os deshabillés. Linda... Ora... Não preciso mais disso..."

Entretanto, não se concedeu a sesta no boudoir de sedas estampadas, depois do café e dos jornais. E foi com um semblante guerreiro que ordenou ao motorista:

- Para a casa da Mme. Peloux.

Chéri
Autora: Colette
Editora: Record
Páginas: 176
Quanto: R$ 32,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

 
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