Mãe de primeira viagem, Fernanda Takai acompanha primeiros livros da filha

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Vocalista do Pato Fu, apresenta crônicas e contos muito bem-humorados e divertidos

No Dia das Mães, a vocalista da banda Pato Fu e autora de "Nunca Subestime uma Mulherzinha" --uma coleção de contos e crônicas publicadas por ela nos jornais "Correio Brasiliense" e "O Estado de Minas"--, Fernanda Takai, 38, vive um momento especial: a experiência de acompanhar os primeiros contatos da filha Nina, 6, com uma de suas paixões: o universo dos livros.

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Publicação mostra dificuldades de filha de malabaristas do circo para fazer amizades

"Nina aprendeu a ler nos últimos meses e tem se mostrado muito animada em desenvolver esse hábito. Já vejo que ela escolhe seus livros preferidos e sempre volta a eles. Ela adora "Suriá - a Garota do Circo" do Laerte e "A árvore generosa" de Shel Silverstein e "A História de Tudo" de Neal Layton", disse a cantora e escritora.

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Fábula sobre amizade, ecologia e a passagem para a vida adulta

Ela conta que, quando era menor, Nina gostava muito dos livros do Todd Parr, como "Tudo Bem Ser Diferente" e, especialmente, de um livro do Ziraldo chamado "Menina Nina". "Tem um livro muito bonito que é "A Menina e o Elefante" da Nicole de Cock que eu lia sempre pra ela."

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Livro trabalha diferenças de cada um de forma simples e irreverente

De acordo com Fernanda, apesar de querer muito ser mãe, esse momento foi marcado por uma mistura de sensações boas e insegurança.

"Eu planejei bastante a época de ter meu primeiro bebê. Durante muito tempo privilegiei a carreira e quando quis ter filho, resolvi que iria me dedicar bastante ao momento. Então houve uma desaceleração natural da banda. Fiquei mais em casa, aproveitei pra ir gravando um disco aos poucos no estúdio que temos aqui...", disse Fernanda.

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Ziraldo fala de personagens que conhece e com quem conviveu

"A sensação foi de vários sentimentos misturados: amor, responsabilidade, felicidade, um tiquinho de insegurança, mas o dia a dia vai nos mostrando que todas etapas são momentos de aprendizagem. Hoje parece que tenho uma especialização em administração de tempo, além do amor que não para de crescer!"

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Amizade iniciada com a visita de uma menina ao zoológico, tratando de saudade e felicidade

E se Nina já dá os primeiros passos na descoberta das letras, a mãe também revela alguns dos livros que fazem sua cabeça atualmente. "Gosto de livros sobre comida, algumas biografias... Eu estou lendo o livro de contos do Luis Henrique Pellanda, "O Macaco Ornamental" e gostando muito. O "Força Estranha" do Nelson Motta também é muito bom, mas sou suspeita pra falar porque sou muito fã dele..."

Em "Nunca subestime uma mulherzinha", Fernanda já descreve as sensações da maternidade em um dos textos. Veja abaixo.

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1. Tudo o que não me permiti sonhar

Eu não a idealizava totalmente porque sempre tive os pés no chão quanto a grandes expectativas. Por causa disso me permitia modelar em minha cabeça uma imagem sua apenas rascunhada, aberta aos caprichos do destino. Só existia um ensaio mental de sua figura. Podia ser um pouco assim. Um pouco assado. A genética fala alto, mas o ambiente também. E se for chata? Se for burra? Imperfeição pode haver. A gente só precisa aprender a facilitar o mundo pra ela. Fazer com que o carinho e atenção criem um amortecedor de traumas e situações pouco confortáveis. Ah... se ela não gostar de mim? E se eu enjoar dela? Eu enjôo de tudo e rápido. São raros os clássicos em minha vida. Puxa, ela tem que ser um deles. Não é um objeto. É vida. E das mais preciosas.

Resolvi deixar isso aqui por escrito de uma vez porque esses períodos de encantamento acabam, não é? Então melhor ficar com o registro de um sentimento bom que está pingando de mim nos últimos dois anos. Mas já? Pensei que durasse uns meses, assim como paixão à primeira vista. Eita, que é pra valer! Olha, eu não sou do tipo coração mole. Quando ela me foi mostrada pela primeira vez, todo mundo dizia: que linda! Eu disse: ainda não sei... está de cabeça pra baixo, toda suja e chorando... Posso dar meu parecer depois? E lá veio aquele bolinho de gente quente, cheio de cabelos e de fermento de amor.

A gente fica mais amoroso mesmo. Quer abraçar, beijar e cheirar. Vira bicho bonzinho carinhoso. Nem sempre é assim! --me avisaram os livros e as pessoas. Ainda bem que neste caso foi. Só veio coisa boa nessa entrega especial da natureza. Por isso repito e aqui está escrito: muito obrigada! Todo dia tem uma graça nova. O tempo passa mais rápido - o sono e a fome tem outro sentido. Mas como é que tudo pára quando olho pra você? Pára e depois recomeça corrido pelas horas perdidas na contemplação. Contemplar não é perder tempo, é perder-se em pensamento por causa de alguma paisagem. E quando ela é humana nos leva embora mais ainda porque é complexa até nos quadrantes mais simples.

Parei. Isso tudo não condiz com quem não tem coração mole. Eu queria mesmo é registrar: muito obrigada! Hoje você corre em minha direção e quer me abraçar e beijar a todo instante. Eu também! Isso passa - dizem os livros e as pessoas. Mas volta vez por outra. Quando esse momentos voltarem, eu gostaria de poder retribuir o mesmo amor. Se não, fica escrito, fotografado e filmado. Um dia você poderá recorrer a essas memórias. O que eu queria mesmo é que você soubesse.

Eu agora estou preparada pra tudo. Já ganhei o que existe de melhor nessa vida. A única coisa que não posso mais, é ficar sem você.

"Nunca Subestime uma Mulherzinha"
Autor: Fernanda Takai
Editora: Panda Books
Páginas: 136
Quanto: R$ 21,52
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

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