Reuters
10/11/2002 - 15h38

Terroristas de Bali ainda estão na Indonésia, diz polícia

da Reuters, em Bali (Indonésia)

A polícia indonésia disse hoje acreditar que cerca de dez pessoas responsáveis pelos ataques a bomba em Bali ainda estejam no país e acrescentou que um homem que admitiu sua participação no atentado deve enfrentar a pena de morte.

O porta-voz da polícia indonésia, Edward Aritonang, também declarou que um homem interrogado por vender material explosivo para Amrozi, o indonésio que já confessou participação no crime, é agora suspeito de vender os produtos, mas não está relacionado diretamente com as explosões em Bali e será investigado por venda ilegal de explosivos.

Em Jacarta, o chefe da polícia indonésia, general Dai Bachtiar, afirmou que Amrozi já havia se encontrado antes do atentado com Abu Bakar Bashir, mentor espiritual do Jemaah Islamyiah, um grupo de radicais muçulmanos do Sudeste Asiático ligado à Al Qaeda.

Bachtiar acrescentou que há indicações de que os dois homens se conheciam. A polícia prendeu Bashir em Jacarta, sob as acusações de atentados a bomba em igrejas indonésias em 2000 e de armar um plano para matar o presidente, mas até os atentados de 12 de outubro de Bali ele ainda estava à solta.

"A polícia está em busca de pessoas suspeitas de ligação com os ataques. São cerca de dez e teriam feito o trabalho de campo", disse Aritonang, sem fazer comentários sobre quem poderia ter ordenado os ataques.

Até o momento, nenhum grupo terrorista assumiu responsabilidade pelos ataques a bomba cometidos em Bali, que mataram mais de 180 pessoas, a maioria delas estrangeiros de férias no país, mas as suspeitas recaem sobre a Al Qaeda e a Jemaah Islamyiah.

O ministro da Defesa indonésio disse anteontem que Amrozi era um membro da Jemaah Islamyiah. O ministro disse também que a Al Qaeda está por trás das explosões.

Aritonang declarou que Amrozi poderá ser condenado à morte, de acordo com as novas medidas antiterror criadas na Indonésia logo após os atentados em Bali.

Amrozi era dono de uma minivan usada como carro bomba no atentado às casas noturnas da famosa praia de Kuta. Sua ligação com o líder islâmico Bashir ainda está sendo investigada, mas já se sabe que eles teriam se encontrado cinco vezes num pequeno pensionato muçulmano na cidade natal de Amrozi, ao leste de Java.

Segundo Aritonang, Amrozi tem colaborado com as investigações. "Partindo da investigação sobre ele, a polícia já pôde traçar um rascunho de como as explosões em Kuta aconteceram, que equipamento foi usado, os explosivos, os lugares usados para planejar os ataques e quais as pessoas que consolidaram os planos em seguida", disse.

Ontem, 24 policiais indonésios foram até a vila de Tenggulun, onde Amrozi vivia e apreenderam uma série de itens, afirmou a agência oficial de notícias do país, a Antara.

A polícia foi a uma oficina de Amrozi e no pensionato. Um álbum de fotos com imagens de treinamento militar e nove fitas de vídeo foram encontradas na escola. A mulher e o irmão mais novo de Amrozi fugiram da cidade depois de sua prisão, sua mãe ainda insiste que ele é um homem bom que a ajudava a levar o pai paralítico ao banheiro.

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