Coréia do Norte acusa EUA de buscarem confronto
da Reuters, em SeulA Coréia do Norte acusou os Estados Unidos hoje de estarem provocando um confronto extremamente perigoso na tentativa de derrubar o regime comunista norte-coreano.
A saraivada de acusações partiu da agência oficial de notícias da Coréia do Norte, a KCNA. "Os Estados Unidos estão querendo um confronto extremamente perigoso com a Coréia do Norte, dizendo que não aceitam o diálogo nem descartam a guerra", disse a agência.
A Coréia do Norte acaba de tomar a decisão de reativar um reator nuclear capaz de produzir combustível para uma bomba atômica. Os Estados Unidos exigem o cancelamento do programa nuclear para iniciar qualquer negociação. Segundo a KCNA, essa é uma estratégia de Washington para "lançar um ataque-surpresa e derrubar o sistema político".
Na segunda-feira (23), o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, disse que seu país está preparado para lutar e vencer duas guerras simultaneamente -a outra, iminente, seria contra o Iraque.
O jornal "China Daily" disse que a possibilidade de que os EUA lutem duas guerras simultaneamente é "um alerta belicoso e perigoso". Segundo o diário, o comentário de Rumsfeld "vai envenenar as relações cada vez mais calorosas entre os dois lados da península coreana".
Na Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, recém-eleito presidente com a promessa de retomar o diálogo com o Norte, disse que o regime comunista deve desativar todo o seu equipamento nuclear.
"Se as preocupações dos sul-coreanos com o Norte crescerem, este governo e o novo ficarão de mãos atadas e o diálogo Norte-Sul sofrerá um impacto negativo", afirmou.
A ONU disse ontem que a reabertura do reator nuclear de Yongbyon, 90 quilômetros ao norte de Pyongyang, é altamente preocupante. Esse reator é pequeno, com capacidade para cinco megawatts, porém capaz de enriquecer plutônio. Ele estava lacrado desde 1994, por conta de um acordo de não-proliferação nuclear com os EUA.
A Coréia do Norte disse que reativou a usina apenas para produzir eletricidade, compensando desta maneira o petróleo que os Estados Unidos deixaram de fornecer, justamente por causa do temor de que o país esteja produzindo uma bomba atômica.
Washington diz que o impasse pode ser resolvido pela diplomacia e vem pedindo à China e à Rússia que usem sua influência junto ao governo de Pyongyang. Ontem, porém, um funcionário do governo Bush disse que Pequim e Moscou não estão demonstrando boa vontade neste caso.
Em janeiro, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) deve apresentar a questão da Coréia do Norte ao Conselho de Segurança.
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