Reuters
13/01/2003 - 09h47

Apesar de escândalo, Sharon se recupera nas pesquisas

da Reuters, em Jerusalém

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, mostrou sinais de recuperação nas pesquisas eleitorais publicadas hoje, apesar dos escândalos que atingem sua campanha. A notícia surgiu após um fim de semana tenso, com dez mortes no Oriente Médio.

Segundo os levantamentos publicados nos jornais "Yedioth Ahronoth" e "Maariv", o partido Likud, de Sharon, deve conseguir até 33 das 120 cadeiras no Parlamento. Os trabalhistas, que na semana passada, chegavam a 24 cadeiras, recuaram para 20.

Reuters - 15.dez.2002
Ariel Sharon, primeiro-ministro de Israel
Sharon vem sendo acusado de ter recebido US$ 1,5 milhão ilegalmente de um empresário sul-africano para cobrir gastos de uma campanha eleitoral, em 1999. Os dois antecessores do primeiro-ministro já haviam sofrido acusações semelhantes.

Analistas políticos dizem que o eleitorado pode ter se solidarizado com o primeiro-ministro, diante da saraivada de acusações contra ele na imprensa. Na quinta-feira (9), uma entrevista em que Sharon se defendia foi tirada do ar porque a Justiça Eleitoral entendeu que se tratava de propaganda política irregular.

"Sharon pode não ter convencido a opinião pública de sua inocência..., mas alguns de seus eleitores estão voltando", escreveu o comentarista Hemi Shalev no "Maariv".

As eleições acontecem no dia 28 de janeiro e são vistas como fundamentais para o futuro da guerra contra os palestinos.

VIOLÊNCIA
Na noite de ontem, quatro palestinos foram mortos em dois incidentes paralelos, quando tentavam se infiltrar, armados, em Israel. Um dos grupos chegou ao sul do país vindo do Egito, enquanto o outro, ligado ao Jihad Islâmico, invadiu a cidade de Gadish, no norte, perto da Cisjordânia.

Em Gadish, um guarda foi assassinado antes que o Exército interviesse, matando dois atiradores. No incidente ocorrido perto do Egito, um soldado israelense e outros dois militantes palestinos morreram.

"Estamos definitivamente assistindo a uma crescente onda de terror", disse o ministro da Defesa, Shaul Mofaz. "A aproximação das eleições em Israel também tem relação com isso."

Mas Ismail Abu Shanab, do grupo Hamas, nega relação entre os ataques e a votação. "Eles querem distrair a atenção dos eleitores sionistas dos escândalos internos do Likud. A ocupação é o partido que vai perder no final", afirmou.

Israel ampliou sua presença militar na Cisjordânia e na faixa de Gaza depois do duplo atentado suicida da semana passada, que matou 23 pessoas -a última delas, um imigrante chinês, morto hoje.

Ontem, helicópteros israelenses dispararam três mísseis sobre um pomar, matando dois adolescentes, segundo testemunhas. Aparentemente, os alvos do ataque eram dois militantes do Hamas, que escaparam ilesos.

Pelo menos 1.775 palestinos e 694 israelenses já foram mortos nos 27 meses da atual Intifada (revolta popular palestina).

Com agências internacionais

Outros destaques:
  •  Saddam Hussein continuará no poder em caso de guerra, diz Bagdá

  •  EUA descobrem plano para explodir avião com soldados, diz jornal

  •  Paquistão prende australiano suspeito de vínculo com a Al Qaeda

  •  Espião dos EUA suspeito de ajudar o Iraque vai a julgamento

  •  Rainha Elizabeth 2ª sofre operação no joelho


  • Leia mais notícias de Mundo

    Leia mais no especial Oriente Médio

    Leia mais notícias de Mundo
     

    FolhaShop

    Digite produto
    ou marca