Reuters
17/01/2003 - 14h10

Descoberta de ogivas no Iraque é "preocupante", dizem EUA

da Reuters, em Washington

A Casa Branca chamou hoje de "preocupante e séria" a descoberta de ogivas vazias, porém capazes de transportar armas químicas, no Iraque. Segundo o governo norte-americano, isso prova que o regime de Saddam Hussein não está se desarmando, como exige a ONU.

O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, disse que as ogivas encontradas ontem em um paiol de munição a sudoeste de Bagdá não constavam do relatório sobre armas, de 12 mil páginas, entregue em dezembro de 2002 pelo Iraque à ONU.

"O fato de o Iraque possuir ogivas químicas não-declaradas, que segundo a ONU estão em excelentes condições, é perturbador e grave. Sob a resolução da ONU, Saddam Hussein tem a obrigação de se desarmar. Fica cada vez mais claro que ele não está fazendo isso", disse Fleischer.

A descoberta das ogivas foi a primeira evidência física de que o Iraque está violando a resolução de desarmamento da ONU. O fato reforça as especulações de que um ataque norte-americano é iminente, mas o chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, disse que o incidente é pouco importante.

Fontes do Pentágono disseram que os Estados Unidos se aproximaram de um acordo com a Turquia, para usar as bases militares daquele país em caso de guerra no vizinho Iraque.

Em Bagdá, Saddam manteve seu tom de desafio, usando o 12º aniversário do início da Guerra do Golfo para ameaçar os norte-americanos e compará-los a invasores da Antiguidade, dizendo que seu país está determinado a "obrigar os mongóis da nossa era a cometer suicídio nos portões [de Bagdá]".

Ao comentar o discurso, Fleischer disse que Washington tem "muito menos interesse no que Saddam Hussein fala e muito mais interesse em que Saddam Hussein se desarme".

O Iraque disse que se esqueceu de declarar essas ogivas à ONU, ao que Fleischer perguntou "que outros tipos de lapsos de memória eles estarão tendo".

A Casa Branca diz que ainda não há planos definidos para um confronto, e uma fonte do governo disse à agência Reuters que o país "vai continuar trabalhando com o Conselho de Segurança da ONU e com nossos aliados para fazer o que for necessário". Segundo ele, "isso não quer dizer que a força militar é necessária, mas ela pode vir a ser em algum momento no futuro".

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