Reuters
24/01/2003 - 08h34

"Grupo de amigos" pressiona por acordo de paz na Venezuela

da Reuters, em Caracas

O grupo de seis "países amigos" liderado pelo Brasil e os Estados Unidos está pronto hoje para fazer uma nova tentativa a fim de acabar com o conflito político da Venezuela, um dia depois que uma explosão de granada em Caracas aumentou temores de mais violência no quinto maior exportador de petróleo do mundo.

Os ministros das Relações Exteriores do grupo devem se reunir em Washington com o governo do presidente venezuelano Hugo Chávez e seus inimigos, que conduzem uma greve geral para obrigar o líder esquerdista a renunciar.

Reuters - 15.dez.2002
Hugo Chávez, presidente da Venezuela
Chávez, nas vésperas das conversações em Washington, disse que não negociaria com uma oposição que ele classificou como composta por "terroristas fascistas", que tentam derrubá-lo destruindo o setor petrolífero.

"Não negociamos com terroristas. Não negociamos com golpistas. Nós os derrotamos", bradou o presidente populista para milhares de simpatizantes reunidos no centro de Caracas.

O grupo mediador em Washington também inclui, além do Brasil e dos EUA, Espanha, Portugal, Chile e México. Chávez, cuja retórica antiimperialista costuma prejudicar as relações com os Estados Unidos, disse que o grupo deveria incluir ainda outros países, como Rússia, França e Cuba.

Negociadores da OEA (Organização dos Estados Americanos) até agora fracassaram em romper o impasse no país.

Líderes oposicionistas, entre eles executivos rebeldes da empresa estatal de petróleo PDVSA, prometeram continuar a greve até que Chávez desista. Mas o combativo presidente se recusa a deixar o poder e rejeita a antecipação de eleições no país.

Ao menos sete pessoas morreram em tiroteios e conflitos de rua desde o início da greve, em 2 de dezembro. Uma granada explodiu ontem no centro de Caracas, matando um homem e ferindo mais de 12 perto do comício de Chávez.

Esforços internacionais para acabar com a crise foram intensificados depois que a paralisação atingiu a produção e exportação de petróleo da Venezuela, pressionado os preços do barril de petróleo, no momento em que os EUA se preparam para um possível ataque contra o Iraque.

A administração do presidente George W. Bush, ansiosa para encontrar uma solução rápida para o conflito em um de seus maiores fornecedores de petróleo, endossou na quinta-feira uma proposta feita pelo ex-presidente americano e Nobel da Paz Jimmy Carter sobre eleições.

Carter apresentou a Chávez e a seus opositores duas idéias numa reunião na terça-feira (21) -uma emenda à Constituição venezuelana que poderia antecipar as eleições ou um referendo nacional sobre a administração de Chávez, que seria feito em 19 de agosto. As duas propostas pediam o fim da greve.

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