Israelenses querem enterro adequado para seu astronauta
da Reuters, em JerusalémIsrael ainda tem esperanças de sepultar o astronauta Ilan Ramon de acordo com o ritual judaico, assim que seu corpo for encontrado, disseram hoje autoridades religiosas.
"Basta encontrar uma única parte do corpo para que ele seja sepultado segundo o ritual judaico", disse uma fonte ligada ao rabino-chefe do país, Yisrael Meir Lau.
"Se não houver restos que possam ser identificados, então poderemos declará-lo morto assim que as autoridades anunciarem que não há cadáver, e a família pode iniciar o período de luto de sete dias."
Segundo a tradição judaica, cada pedaço do corpo humano é sagrado e deve ser recolhido para o enterro. Essa é a razão pela qual religiosos costumam vasculhar o local de atentados palestinos recolhendo órgãos e tecidos das vítimas.
O ex-piloto militar Ilan Ramon era um dos sete tripulantes que morreram na explosão do ônibus espacial Columbia, ocorrida no sábado (1º) sobre o Estado do Texas. O Exército israelense enviou um perito forense para ajudar a identificar os restos mortais dos tripulantes.
A mulher de Ramon, Rona, disse ao presidente de Israel, Moshe Katzav, que está disposta a voltar ao país e fazer 'um enterro para Ilan na tradição de Moisés e de Israel'. Segundo essa tradição, a mulher só passa a ser considerada viúva (com o direito a se casar novamente) quando a morte do marido é aceita pelas autoridades rabínicas.
Normalmente, os rabinos atestam o óbito mesmo sem a existência do cadáver quando a morte se dá em naufrágios ou acidentes aéreos.
Ramon não era um religioso praticante, mas se considerava um representante dos judeus de todo o mundo na sua missão de 16 dias no espaço. Na viagem, ele levou objetos ligados à história de seu povo, como uma Torá que foi salva da destruição nazista por um menino que viveu num campo de concentração, na Segunda Guerra Mundial.
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