Reuters
12/02/2003 - 18h25

Milhões de pessoas devem protestar contra guerra no sábado

da Reuters, em Londres

Milhões de pessoas deverão participar no sábado (15) de uma manifestação pela paz no Iraque, em um movimento que os organizadores acham que será o maior protesto mundial contra a guerra.

Da Antártica a Reikjavik, manifestantes contra a guerra no Iraque deverão se reunir em mais de 350 cidades, reunindo pessoas de todos os estilos de vida e grupos étnicos.

Londres espera pelo menos 500 mil pessoas e os organizadores afirmam que será um golpe contra o primeiro-ministro Tony Blair -o mais próximo aliado do presidente dos EUA, George W.Bush, em sua campanha para forçar o desarmamento do Iraque.

"Esperamos que a manifestação de sábado seja a maior na história política britânica", disse hoje Andrew Murray, chefe do grupo Britânicos Param a Guerra. "A população britânica não concorda com esta guerra".

Os organizadores do evento em Roma (Itália) esperam mais de 500 mil pessoas na passeata pela cidade e a reunião de sindicalistas, políticos de centro-esquerda, grupos antiglobalização e cidadãos comuns.

Também há manifestações programadas nos Estados Unidos, Rússia, Austrália e em várias cidades brasileiras, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Os organizadores do ato em San Francisco (EUA) esperam reunir mais de 100 mil pessoas.

Na África do Sul, onde o presidente Thabo Mbeki e o ex-presidente Nelson Mandela manifestaram-se com firmeza contra a guerra no Iraque, também estão planejadas manifestações.

Mesmo a tradicionalmente neutra Suíça terá uma série de protestos sob o slogan "Não à guerra no Iraque - Não ao sangue por petróleo!"

Em Dublin (Irlanda) são esperadas cerca de 20 mil pessoas na manifestação pelas ruas da cidade.

Movimento pela paz mundial

Mas o evento em Londres, que os organizadores prometem ser pacífico apesar dos temores de interrupção por manifestantes anti-Israel, será o principal do movimento pela paz mundial.

Jeremy Corbyn, dissidente do partido de Blair, o Trabalhista, disse que o principal orador no evento será o norte-americano Jesse Jackson.

"Ele virá especialmente porque as pesquisas de opinião mostram que se o Reino Unido deixar de apoiar a guerra, a papulação americana também deixará de apoiar", disse ele em entrevista coletiva.

Os organizadores da Campanha Britânica pelo Desarmamento Nuclear já registraram documentos ameaçando processar Blair e seu secretário da Defesa, Geoff Hoon, no Tribunal Penal Internacional, caso a guerra siga adiante.

O eixo Washington/Londres enfrenta crescente resistência da Rússia, França e China, que também são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

Estes países afirmam que não há provas suficientes contra o Iraque e querem que os inspetores tenham mais tempos para trabalhar. No dia 14 de fevereiro, o chefe dos inspetores, Hans Blix, fará um novo relatório à ONU.

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