Treinamento Folha   Folha Online
   
11/12/2010

Especialistas defendem descentralização para gestão de aeroportos

VITOR SION
MARIA PAULA AUTRAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A administração dos aeroportos brasileiros seria mais eficiente se a Infraero não concentrasse tantas responsabilidades, dizem especialistas ouvidos pela Folha.

Leia mais no especial 'Vai Decolar?'
Especialistas apontam soluções para problemas dos aeroportos
O que fazer para enfrentar o sufoco
Saiba quando comprar sua passagem
O que não pode faltar

Os 67 terminais administrados pela estatal são responsáveis por 97% da movimentação do transporte de passageiros e cargas, segundo relatório de maio passado do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

De acordo com o estudo, 13 dos 20 principais aeroportos têm gargalos nos terminais de passageiros, com queda na qualidade do serviço. Para o gerente nacional da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), Filipe Reis, o principal problema é a falta de planejamento e de alinhamento entre os órgãos do setor. "Não adianta a Infraero lançar um plano sem falar com os outros atores, como a Anac, as empresas aéreas e a Polícia Federal. A chance de dar certo seria pequena", argumenta.

O professor de transporte aéreo da UFRJ Respício do Espírito Santo Jr. não culpa a estatal, mas o modelo de administração centralizado nas mãos dela. "Para a Infraero e o modelo serem melhores do que são, tem que ter concorrentes", diz o professor, que defende uma "reconcepção" da estatal. Segundo ele, com a concorrência, ela seria obrigada a melhorar o serviço.

Para Alessandro Oliveira, economista do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a gestão melhoraria num sistema híbrido. O modelo combinaria privatização, abertura de capital da Infraero e cessão de terminais para companhias aéreas. A adoção do tipo de administração dependeria das necessidades de cada aeroporto. Segundo o professor de engenharia aeronáutica da USP São Carlos James Waterhouse, aeroportos devem ter autonomia, assumindo seus lucros e prejuízos.

MUDANÇAS

Em novembro, o presidente de operações da Infraero, João Jordão, confirmou que a empresa estuda a abertura de capital, mas não há previsão de implementação.

A assessoria de imprensa da Infraero, porém, afirmou que o modelo de gestão é competência do Ministério da Defesa, que não respondeu à Folha até o fechamento desta edição.

Para Oliveira, a submissão e a falta de prestígio da Infraero com o governo federal causam problemas ao setor. "A Infraero do jeito que está, considerada pelo próprio governo uma estatal de categoria B, não realiza políticas de acompanhamento dos aeroportos e falha na falta de um diagnóstico preciso", diz.

O representante da Iata concorda. "Tem que haver um regulador forte e independente, não subordinado a fatores políticos", afirma. Já a Infraero diz primar por manter boas relações com órgãos com que se relaciona.

BLOG

BATE-PAPO PRÊMIOS ESPECIAL
Patrocínio

Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player


Philip Morris
AMBEV


Copyright Folha de S. Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).