São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

CARNAVAL

A escola de samba atravessa a avenida

No Sambódromo do Rio, 16 escolas mirins abriram ontem o desfile

BELINDA SANTOS
FREE-LANCE PARA A FOLHINHA

Não basta ter samba no pé. Para participar de uma escola de samba mirim no Rio, é preciso ser craque nas matérias escolares e freqüentar oficinas e cursos oferecidos pelas escolas. Além de dar os primeiros passos no samba, as 25 mil crianças que desfilam na avenida aprendem a criar um desfile: desde o enredo até a confecção das fantasias e alegorias.
As escolas mirins nasceram da preocupação das grandes escolas cariocas com o futuro das crianças e adolescentes pobres de suas comunidades.
Em 1983, Arandir Cardoso dos Santos, o "Careca", da escola Império Serrano, lançou o projeto Império do Futuro para ocupar as crianças e afastá-las dos perigos das ruas próximas à quadra da escola.
Seu projeto foi incluído na programação de Carnaval. A primeira escola de samba mirim desfilou em 1984. Hoje 16 escolas de samba mirins participam do espetáculo. Cada uma tem de mil a 3.200 integrantes de quatro a 21 anos.
Os pequenos sambistas têm atividades no ano todo. Nas oficinas de Carnaval, aprendem a fazer samba-enredo e a reciclar materiais carnavalescos para fazer novos figurinos e carros alegóricos da escola.
Há aulas de canto, música, percussão e dança (balé clássico, moderno ou sapateado).
As crianças praticam esportes como ginástica, capoeira, caratê, jiu-jitsu, basquete e futebol. Para os jovens que buscam uma profissão, há cursos de corte e costura, serralheiro, mecânico e cabeleireiro.

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