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CARNAVAL
A escola de samba atravessa a avenida
No Sambódromo do Rio, 16 escolas mirins abriram ontem o desfile
BELINDA SANTOS
FREE-LANCE PARA A FOLHINHA
Não basta ter samba no
pé. Para participar de
uma escola de samba
mirim no Rio, é preciso ser
craque nas matérias escolares
e freqüentar oficinas e cursos
oferecidos pelas escolas. Além
de dar os primeiros passos no
samba, as 25 mil crianças que
desfilam na avenida aprendem a criar um desfile: desde
o enredo até a confecção das
fantasias e alegorias.
As escolas mirins nasceram
da preocupação das grandes
escolas cariocas com o futuro
das crianças e adolescentes
pobres de suas comunidades.
Em 1983, Arandir Cardoso
dos Santos, o "Careca", da escola Império Serrano, lançou
o projeto Império do Futuro
para ocupar as crianças e afastá-las dos perigos das ruas
próximas à quadra da escola.
Seu projeto foi incluído na
programação de Carnaval. A
primeira escola de samba mirim desfilou em 1984. Hoje 16
escolas de samba mirins participam do espetáculo. Cada
uma tem de mil a 3.200 integrantes de quatro a 21 anos.
Os pequenos sambistas têm
atividades no ano todo. Nas
oficinas de Carnaval, aprendem a fazer samba-enredo e a
reciclar materiais carnavalescos para fazer novos figurinos
e carros alegóricos da escola.
Há aulas de canto, música,
percussão e dança (balé clássico, moderno ou sapateado).
As crianças praticam esportes como ginástica, capoeira,
caratê, jiu-jitsu, basquete e futebol. Para os jovens que buscam uma profissão, há cursos
de corte e costura, serralheiro,
mecânico e cabeleireiro.
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