São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2008

Filosofia

Em estado de dúvida

Investigar, questionar e admirar: esses são alguns dos verbos mais usados no jogo filosófico

NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aposto que você já se pegou "filosofando". Ou vai dizer que você não tem um monte de perguntas a fazer sobre o mundo, as pessoas e as coisas a sua volta?
Muitos séculos atrás, os gregos Platão e Aristóteles disseram que o princípio da filosofia era a admiração. Já o francês René Descartes afirmou que a admiração está na raiz da dúvida, da interrogação e da investigação -o que leva a filosofar.
O professor de Platão, um grego chamado Sócrates, dizia algo engraçado: "Só sei que nada sei". Para esse pensador, o ponto de partida da filosofia era o desconhecimento, o "não-saber".
A Folhinha foi a algumas escolas paulistanas coletar questões sobre tempo, espaço, pensamento, memória, existência. Perguntas complexas, sem respostas fáceis. Aí professores de filosofia foram desafiados a contar o que grandes pensadores diriam sobre o assunto. Não há uma só resposta, mas pontes de diálogos entre os filósofos.
Dalva Garcia, professora de filosofia da PUC-SP, conta que uma vez um aluno de sete anos quis saber a diferença entre dúvida e pergunta. Após debate, um outro disse: "Talvez a diferença seja a mesma que existe entre o gelo e a água. São iguais e diferentes".
Ou seja, a dúvida é a pergunta que não mudou de estado. Não está na palavra, está no pensamento.
Confira nesta edição algumas perguntas que podem estar ainda em "estado de dúvida" em você.

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