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Filosofia
Em estado de dúvida
Investigar, questionar e admirar: esses são alguns dos verbos mais usados no jogo filosófico
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Aposto que você já se pegou "filosofando". Ou vai dizer que você não tem um
monte de perguntas a fazer
sobre o mundo, as pessoas e
as coisas a sua volta?
Muitos séculos atrás, os
gregos Platão e Aristóteles
disseram que o princípio da
filosofia era a admiração. Já
o francês René Descartes
afirmou que a admiração
está na raiz da dúvida, da interrogação e da investigação -o que leva a filosofar.
O professor de Platão, um
grego chamado Sócrates, dizia algo engraçado: "Só sei
que nada sei". Para esse
pensador, o ponto de partida da filosofia era o desconhecimento, o "não-saber".
A Folhinha foi a algumas
escolas paulistanas coletar
questões sobre tempo, espaço, pensamento, memória, existência. Perguntas
complexas, sem respostas
fáceis. Aí professores de filosofia foram desafiados a
contar o que grandes pensadores diriam sobre o assunto. Não há uma só resposta, mas pontes de diálogos entre os filósofos.
Dalva Garcia, professora
de filosofia da PUC-SP,
conta que uma vez um aluno de sete anos quis saber a
diferença entre dúvida e
pergunta. Após debate, um
outro disse: "Talvez a diferença seja a mesma que
existe entre o gelo e a água.
São iguais e diferentes".
Ou seja, a dúvida é a pergunta que não mudou de
estado. Não está na palavra,
está no pensamento.
Confira nesta edição algumas perguntas que podem estar ainda em "estado
de dúvida" em você.
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