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Circo leva saúde e alegria
O Projeto Saúde e Alegria é uma
ONG (Organização Não-Governamental) que vai para as comunidades
ribeirinhas ajudar a resolver os problemas. Elas vivem à beira dos rios
Tapajós, Amazonas e Arapiuns. A
coordenação é dos irmãos Eugênio e
Caetano Scannavino.
O Saúde e Alegria faz atividades de
circo, jornal, rádio e TV e alguns outros núcleos de atividades. A TV Mexe com Tudo é coordenada por Trindade Costa, 26, que ensina a adolescentes a fazer reportagens e documentários. A Folhinha observou jovens prepararem vídeo sobre as plantações em Aninduba. Eles fazem uma
reportagem em dois dias.
O Saúde e Alegria passa uma semana em cada comunidade, treinando
as pessoas nas atividades, e volta alguns meses depois para ver o que
aconteceu de bom. Quando a Folhinha foi conhecê-lo, navegou de barco
de Santarém a Aninduba. Marcos
Mota, 26, instalou a rádio Mocorongo, que tocou músicas e avisava de
tempos em tempos sobre os shows do
circo que haveria na noite seguinte.
Quando chega a uma comunidade,
o Saúde e Alegria ensina que todo
mundo precisa beber água com cloro.
Depois, os técnicos descobrem quais
são as crianças desnutridas e pedem
para um grupo de mulheres da comunidade cuidar delas.
As mulheres passam para as mães a
receita de combate à desnutrição, como um mingau com vários tipos de
farinha e caldo verde. Esses alimentos, junto com a mandioca e o peixe
-que todo mundo come por lá-
completam a alimentação.
Caetano explica que, "antes de o
Saúde e Alegria existir, havia filas para consultar o médico. Agora o médico vai à comunidade para supervisionar e cuidar de problemas de emergência. O projeto descobriu que a
maioria das doenças vinha da água,
que não era tratada".
Circo
O Circo Mocorongo mistura atrações do circo com lendas indígenas,
esquetes sobre saúde e agricultura.
Ali, muita gente descende de famílias
indígenas. Crianças e adultos das comunidades viram artistas à noite.
O nome do circo é "mocorongo"
porque é assim que são chamadas as
pessoas que nascem nessas localidades. A palavra significa "caipira".
Os adolescentes apresentam números de saúde, explicando à platéia o
que é camisinha e por que é importante fazer exames médicos na gravidez. Há números de cantores e danças com casais, mulher com mulher,
homem com homem. O público ri.
Os ensaios
Quando a Folhinha viu o ensaio do
circo Mocorongo, as crianças preparavam um teatro com a lenda "O
Nascimento da Noite". Flávia de Andrade, 10, disse que iria ser índia.
Seu irmão, Francinei, contou que o
que ele mais gosta no Saúde e Alegria
é de brincar "de bola, cabo-de-guerra, bandeirinha, e de circo". Francinei contou que, quando não está fazendo as brincadeiras do circo, "capina a roça". Mas, no dia que não
está com vontade de trabalhar ele diz
aos pais "que não quer".
Um cantador
Antônio, 27, mora em Aninduba e
faz músicas que são tocadas na rádio
Mocorongo. Ele trabalha no circo
com sua banda. Anima os espetáculos
tocando canções suas e de outros
compositores. "Faço a letra e eu mesmo componho. Faço vinhetas pra rádio Mocorongo." Uma das vinhetas
fala das queimadas e outra delas trata
da importância da amamentação.
(Mônica Rodrigues Costa)
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