São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994
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Ana Moser defende equipe de "atrizes"

DA REPORTAGEM LOCAL

A atacante Ana Moser considera encerradas suas desavenças com a seleção brasileira feminina de vôlei. Dez meses após ter pedido dispensa da equipe por discordar dos métodos de trabalho do ex-treinador Wadson Lima, a jogadora volta ao time com a mudança da comissão técnica. Para ela, daqui por diante será necessário que a seleção estabeleça como objetivo maior a preparação para o Mundial de 94.
"Todos na seleção têm que se conscientizar que a preparação física é a dureza do trabalho. O sucesso do time será consequência deste trabalho", diz a jogadora, que afirma ter tido nos dois últimos anos uma preparação física fraca na seleção –fator que a fez pedir dispensa da equipe.
Considerada uma das melhores atacantes do mundo, Ana Moser sustenta sua argumentação dando como exemplo o desempenho alcançado pelo masculino. "Os garotos jogaram na Olimpíada um absurdo porque estavam uns touros." Segundo ela, os seis meses de treinos que a seleção terá até o início do Mundial pode colocar o time em pé de igualdade com as melhores equipes da atualidade.
A jogadora acredita que o fato de as brasileiras sempre deixarem transparecer na fisionomia um ar de abatimento ou derrota visível favorece os adversários. A lição ela aprendeu com Isabel, ex-integrante da seleção. "Precisamos acabar com isso. É necessário que a gente vire atriz, sem mover um músculo da face. Uma disputa é muito jogo de caras. Então, mesmo que estivermos nos remoendo por dentro, o adversário não pode saber. Já que a quadra é um palco, vamos atuar nele da melhor maneira possível", afirma a atacante. (SK)

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