São Paulo, domingo, 2 de janeiro de 1994 |
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Dawkins tem outras teorias polêmicas
MARCELO COELHO
Tudo começou em novembro de 1992, com a resenha de Dawkins sobre o livro "Artificial Life" (Vida Artificial), do jornalista Steven Levy. Depois de ironizar várias "síndromes" do jornalismo científico, ele defende sua própria condição de pioneiro quanto à idéia de que toda e qualquer forma de vida –seja terrestre, extraterrestre ou simulada em computador– seguirá necessariamente a seleção natural, "Dawkins chega perigosamente perto, em sua busca por respeitabilidade científica para sua crença no Darwinismo Universal, de colocar a seleção natural do lado de Deus. Ela não é mais uma teoria científica que necessita dos rigores habituais da prova e da refutação, mas um conjunto de crenças", protestou Gabriel Dover, geneticista da Universidade de Leicester (Reino Unido). Ao dizer que "nada há de racional" na organização biológica, Dover lança contra a teoria evolutiva uma velha acusação: ela não seria científica por não permitir previsões verificáveis. O troco viria em fevereiro, com duas cartas agressivas a favor de Dawkins. Na primeira delas, Vincent Bauchau, da Universidade de Louvain (Bélgica), desqualifica o argumento de Dover recorrendo a um exemplo do próprio paradigma físico a que este se aferra: a teoria da gravidade diz que, quando uma pedra rola por uma rampa, ela vai para baixo –e não onde ela vai parar, exatamente. Ainda que não possa predizer como uma espécie vai evoluir, o mecanismo da seleção natural é o mais convincente para explicar como a evolução se dá. (ML) Texto Anterior: Divindade se esconde no "hardware" Próximo Texto: Qual a função da moleira na criança? Índice |
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