São Paulo, terça-feira, 4 de janeiro de 1994
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Investidores migram para commodities

DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro dia de cobrança do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira) foi apropriado ao clima de férias deste início de 1994. Segundo os bancos, o fato se deve ao bombardeio de explicações sobre o IPMF, todos os dias, desde a sua criação, no ano passado. A previsão é de uma arrecadação de US$ 90 milhões por semana.
O Bamerindus, por exemplo, recebeu 1.800 ligações para esclarecimento de dúvidas no primeiro dia de cobrança do IPMF em 1993. O volume caiu para apenas 30, ontem. Os bancos sentiram também a migração de dinheiro dos CDBs para fundos.
O Nacional registrou crescimento de 6% reais no fundo de commodities e uma redução de 2,5% no estoque de CDBs. Segundo Rômulo Nagib Lasmar, diretor de marketing do Bradesco, as dúvidas não existiram.
Para Antônio Hermann Menezes, presidente da ABBC (Associação Brasileira de Bancos Comerciais), o IPMF continua sendo uma tributo absurdo. "Mas, como não tem mais confusão operacional, não houve gritaria".
Os problemas jurídicos já não existem, segundo Hélio Ramos Domingues, diretor da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos). "Na verdade, a alíquota do IPMF é muito pequena", afirma.
Os bancos não sabem como proceder com os setores que estão isentos do IPMF. Segundo Domingues, o ideal é a criação de contas correntes específicas para estas movimentações.
Os bancos esclareceram ainda que todas as contas de poupança, mensais ou trimestrais, recebem isenção do IPMF quando os resgates acontecerem depois de três meses de depósito. O Unibanco inovou e estendeu esta isenção para quem depositou na poupança desde outubro. O cliente que não mexeu no dinheiro desde aquela época e fizer um resgate agora não paga o IPMF.

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