São Paulo, terça-feira, 4 de janeiro de 1994
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'Máquina' investe no contraste

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

MÁQUINA MORTÍFERA. Globo, 22h30.
EUA, 1987, 111 min. Direção: Richard Donner. Com Mel Gibson, Danny Glover.
O princípio é de comédia: Danny Glover faz um policial à beira da aposentadoria. Tudo que faz nessa altura da vida é pensar na família e evitar que estourem maiores problemas para o seu lado antes da sonhada aposentadoria.
Mel Gibson, ao contrário, é um jovem policial com tendências absolutamente suicidas. Pelo tipo de contraste que apresentam, os dois renovam essa velha história de dupla policial formada por tipos diferentes (e que mais tarde se revelam complementares).
Existe algo de claramente cômico nessa oposição, que o filme se empenha em explorar, antes de entrar no aspecto industrial (no sentido chão) da coisa: uma intriga policial envolvendo traficantes e, daí por diante, o de sempre, a saber, perseguições, perigos, tiroteios.
É claro que o espírito de Gibson vai triunfar. Ele arrastará o burocrático Glover à aventura. Também triunfará o grande maquinário hollywoodiano, embora seja de se notar, aqui, um sentido acurado da montagem, evitando que "Máquina Mortífera" se perca na sucessão de episódios violentos.
Existe, por fim, Richard Donner, um artesão incapaz seja de dar mancadas colossais, seja de alçar um vôo mais consequente: ele se desempenha e ponto final.

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