São Paulo, quinta-feira, 6 de janeiro de 1994
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Jardim Botânico é o novo cartão-postal

Estruturas tubulares marcam paisagem da cidade

DO ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Sem rodas, Curitiba não mostra a sua face mais moderna. Mesmo que alguns marcos possam ser vistos a pé, nas paralelas da Linha Pinhão, como as estações-tubo da Rede de Linhas Diretas, o Ligeirinho, e a Rua 24 Horas, só de carro ou ônibus se conhecem equipamentos como o Jardim Botânico e a Opera de Arame. Boas idéias não custam muito dinheiro.
As estações do Ligeirinho, o metrô de superfície, lembram antecipações à "la" Metrópolis. São 12 linhas, 81 estações e 156 ônibus que transportam 200 mil passageiros por dia. Outra boa idéia é a Rua 24 Horas, galeria de estrutura tubular com 39 lojas que funciona dia e noite e garante segurança para os frequentadores –a cobertura isola o mau tempo. Fica na rua Visconde de Nacar.
O novo cartão-postal da cidade está na região leste. É a estufa construída em tubo metálico e vidro do Jardim Botânico, área de 178 mil metros quadrados implantada há dois anos. A estrutura de três cúpulas da estufa imita a do palácio de Cristal, que existiu em Londres, e abriga espécies brasileiras. Os canteiros à francesa, a mata com araucárias e o Museu Botânico completam o conjunto.
Siga o norte da bússola e tome a rua Mateus Leme. Novas estruturas tubulares aguardam o visitante nas antigas pedreiras Municipal e Gava, hoje o Parque das Pedreiras. A primeira, desativa em 1989, transformou-se no Espaço Cultural Paulo Leminski no mesmo ano, ao ar livre. Um exemplo de preocupação ambiental: lixo reciclável foi o ingresso para um show de Roberto Carlos.
Ao lado, fica a Ópera de Arame, inaugurada em 1992. A construção é resultado de uma rixa entre governos. Em dois meses, na área da pedreira Gava, ergueu-se uma estrutura tubular transparente que interage com a paisagem. O conforto, dizem, não é grande. Mas quem pensa nisso ao atravessar a ponte e enxergar a primeira carpa vermelha? (Federico Mengozzi)

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