São Paulo, sábado, 8 de janeiro de 1994
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Miniinfartos podem aumentar resistência muscular do coração

DA "NEW SCIENTIST"

Privar o coração de sangue –como faz um infarto– pode ser benéfico. Médicos da Inglaterra descobriram que períodos curtos sem suprimento sanguíneo podem tornar o músculo cardíaco mais resistente.
"Isso poderia reduzir as lesões celulares em 50% a 75%", diz Derek Yellon, chefe da equipe de médicos que realizou a pesquisa, do Instituto de Estudos Cardiovasculares do College Hospital, em Londres.
Durante operações cardíacas, as artérias coronárias –que levam sangue ao músculo que forma o coração– precisam ser bloqueadas em até 12 minutos. Apesar dos cuidados médicos, essa interrupção na circulação pode causar a morte de algumas células.
Para descobrir o que Yellon chama de "pré-condicionamento por falta da oxigênio", a equipe trabalhou com voluntários nas mesas cirúrgicas. Antes da operação, os médicos interromperam o suprimento de sangue do coração por três minutos e depois o restauraram por mais dois. Depois de repetir o processo duas vezes, eles realizaram a operação.
Amostras do músculo desses voluntários continham 30% mais "moléculas de energia" do que de outros pacientes. O aumento dessas moléculas –trifosfato de adenosina– constituiria uma bateria de reserva, que impediria que o funcionamento das células musculares entrasse em colapso.
Pensava-se que reduções no fluxo sanguíneo fossem nocivas ao coração. Agora os médicos acham que elas podem iniciar mecanismos protetores. "Precisamos descobrir como essa proteção ocorre", diz Yellon.

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