São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994 |
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Farmácia-escola faz remédios e cosméticos
ABNOR GONDIM
A farmácia-escola da Universidade Federal do Pará produz 52 remédios e 20 cosméticos que são vendidos a preços de custo a funcionários, alunos e pacientes carentes do hospital universitário. Os preços dos produtos, fabricados pelos estudantes do curso de farmácia, custam cerca de 40% a menos do que seus similares. A coordenadora-geral da farmácia-escola, Almira Lobato, quer instalar um posto de vendas para atender os pacientes da Santa Casa de Misericórdia, que fica em um bairro nobre da cidade. Ela pretende ampliar o atendimento à comunidade pobre de Belém, que está longe do campus universitário. Segundo Almira Lobato, o segredo da redução do preço resulta da produção própria dos remédios a partir de extratos fitoterápicos ou substâncias químicas, a grande maioria importados de outras regiões. "Apenas cinco espécies vegetais nativas são usadas porque é difícil encontrá-las com boa qualidade para fins de fabricação de remédios", diz ela. Os preços dos produtos variam de CR$ 270,00 a CR$ 600,00. Um bálsamo analgésico, que nas farmácias custa CR$ 980,00, lá é vendido a apenas CR$ 270,00. "Podemos vender mais barato porque não pagamos luz, funcionários, impostos e nem visamos o lucro", afirma a coordenadora de produção da farmácia-escola, Elyan Arnildes. Ela mesma usou e aprovou um dos cosméticos elaborados no laboratório da farmácia-escola. Foi o creme de Hidroquinona, clarificante de manchas escuras na pele. A linha oferece também cremes para as mãos, protetores solares, hidratantes, xampus, desodorantes, gel para varizes e contra celulites. A introdução de cosméticos na farmácia-escola ocorreu em 92, com fórmulas trazidas de São Paulo pela farmacêutica Sônia Braga. A linha de remédios remonta à criação da farmácia-escola, em 1965. "Na época, criamos uma linha de fórmulas voltadas as necessidades da população", afirma o farmacêutico Anibal Cardoso. Segundo Elyan Arnildes, as fórmulas originais sofreram algumas adaptações, mas mantiveram os princípios básicos. Produzem-se na universidade as chamadas especialidades farmacêuticas, como mercúrio-cromo, mertiolate, iodo e arnica. Mas também são manipulados remédios para queimaduras, hemorróidas, gripe, problemas respiratórios, reumatismo, cólicas intestinais, calmantes, luxações, anemias e cólicas, entre outros. Texto Anterior: Desmonte da LBA ainda demora Próximo Texto: Instituto faz compotas para exportação; Empresa busca novo mercado Índice |
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