São Paulo, domingo, 9 de janeiro de 1994 |
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Sem explosão
ANDRÉ LAHOZ MENDONÇA DE BARROS A inflação de janeiro será de aproximadamente 40%. Como esta taxa era em outubro de 35%, a questão que se abre é se a inflação se estabilizará neste novo patamar ou se a aceleração continuará.Os motivos que levaram a inflação a 40% foram: antecipação da entressafra agrícola; crise de expectativas, baseada em um fim de ano com boas vendas, poucos produtos e um novo plano; e reposição de estoques. Para os meses seguintes, além do fator expectacional, uma pressão virá da maior indexação que a URV trará. Os fatores que podem levar a crer que a inflação não explodirá são vários. Em primeiro lugar, a alta inflacionária ocorrida desde outubro tem impactos negativos sobre a massa de salários (há estimativas de que a queda pode ser superior a 7%). Por outro lado, o governo já anunciou que as tarifas não terão reajustes reais nos próximos meses. Além disso, a sazonalidade em fevereiro e março é baixista pela entrada da safra e aluguéis e vestuários sem pressões fortes. Olhado de hoje, há mais motivos para crer que não haverá explosão no curto prazo. O cuidado que se deve ter é quanto a novas crises de expectativas. Afinal, uma onda de boatos certamente acompanhará a criação da URV. Texto Anterior: É tempo de lutar a sério pelo futuro Próximo Texto: O desemprego crônico no Primeiro Mundo Índice |
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