São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lee vai trazer marca Riders para o Brasil

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Como parte de sua estratégia para este ano, a Lee vai trazer uma nova marca ao Brasil. A empresa, uma das duas maiores produtoras de jeans do país, lançará em abril, com a coleção outono/inverno, a marca Riders. "A idéia é reposicionar a marca Lee, buscando um público alvo da classe média alta para cima, e lançar o jeans Riders para um segmento de mercado mais popular", diz Benjamin Steinbruch, diretor-superintendente da Lee.
A Riders pertence à Lee norte-americana desde o início deste século, quando o fundador da empresa, Henry David Lee, desenvolveu uma calça para cowboys: a Riders modelo Lee tradicional. Hoje, ela é o carro-chefe em vendas da empresa no mundo.
Os objetivos são audaciosos: elevar a produção, até o final do ano, das atuais 250 mil peças mês para 350 mil. Desse total, um terço deverá ser para produção de jeans com a marca Lee, um terço, Riders, e um terço para a exportação, que a empresa se prepara para fazer pela primeira vez.
"Ainda não temos preço definido, mas a nova marca deve ser 20% mais barata do que a Lee" disse Steinbruch. A Lee será vendida apenas em lojas exclusivas da marca e selecionadas multimarca, enquanto a Riders irá para o varejo em geral e magazines, explica a gerente de varejo e franchising, Silvia Bonfiglioli.
Desde maio do ano passado, a empresa vem testando a estratégia, investindo em pontos comerciais exclusivos para a marca Lee, além de já estar procurando franqueados para a expansão do nome. Hoje a empresa conta com 18 lojas próprias, sendo nove lojas de fábrica, oito em shoppings e uma de rua.
O resultado foi que a Lee conseguiu elevar o volume de peças vendidas em cerca de 25% no ano passado em comparação com 92, embora o faturamento em dólar, devido à guerra de preços, tenha se mantido nos US$ 30 milhões. Mas a Lee vai obter lucro líquido de 5% desse faturamento, quando em 92 registrou prejuízo.
Para divulgar a nova marca e reforçar a antiga serão investidos US$ 1,5 milhão em marketing. A empresa já procura candidatos a franqueado. No total serão abertas 50 lojas. "Damos preferência à pessoas que vejam franquia como um negócio, e não como hobby", afirma Silvia Bonfiglioli.
O investimento médio inicial ficará em torno de US$ 50 mil, com retorno previsto em 18 a 24 meses. O franqueado terá duas opções: a abertura de uma loja Lee normal e a de uma loja Lee Kids, de roupas infantis. "Os modelos Lee Kids vendem melhor em lojas só para o público infantil, com ursinhos, bichinhos e vendedores dispostos a levar tapas de moleques mais travessos", brinca Steinbruch.
A loja Lee Kids será mais barata, pois pode ser menor, os estoques custam menos e a taxa de franquia é reduzida: US$ 7.500, frente aos US$ 10.000 da loja tradicional. A empresa, nos dois casos, não cobra royalties nem taxa de propaganda.
A coleção Lee Kids, lançada em maio do ano passado, mostra que a segmentação dá certo. Por isso, Steinbruch criou a linha Victória, também para crianças, mas cerca de 20% mais cara que a Lee Kids.
A estratégia de diversificação e segmentação de marcas já vem sendo adotada por outras grifes no mercado nacional. É o caso da Zoomp, que há três anos criou a marca Zapping. "A marca Zoomp já é tradicional, tem um público fiel. Criamos a Zapping para ousar mais", diz Paula Dip, gerente de marketing e comunicação da empresa.
Enquanto a Zoomp atinge mais um público de 20 a 40 anos, embora continue moda jovem, a Zapping tem consumidores entre 15 e 25 anos. Na média, segundo Paula Dip, a Zapping é 10% ou 20% mais barata. "O pessoal mais jovem muitas vezes ganha mesada e tem menos dinheiro." A Zoomp tem 10 lojas próprias e 50 franqueadas. A Zapping tem uma loja própria.

Texto Anterior: Empresas registram resultados positivos
Próximo Texto: Franchising não conhece fronteiras
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.