São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
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Crescem vendas externas de revestimento cerâmico

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os pisos e azulejos brasileiros estão invadindo as casas americanas, européias e orientais. Terceiro exportador mundial –atrás da Espanha e da Itália–, o Brasil caminha para ocupar a segunda posição em menos de cinco anos.
As exportações brasileiras dos chamados revestimentos cerâmicos somam cerca de US$ 187 milhões em 93, o dobro de 92 (US$ 93 milhões). Para este ano, a expectativa é a de que esse número cresça 50%, para US$ 280 milhões. A Espanha exportou em 93 US$ 573 milhões e a Itália, US$ 1,6 bilhão.
Em quatro anos, o número de empresas brasileiras dispostas a brigar por venda no mercado internacional pulou de cinco para 20, informa Francisco Arruda, presidente da Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento).
A recessão no mercado interno foi a principal razão pela busca intensa do cliente estrangeiro. Mas as empresas decidiram que daqui para frente a briga com os espanhóis e italianos é para valer, independentemente do ritmo de consumo no mercado interno. Entre elas estão Incepa, Cecrisa, Portobello e Eliane.
Os Estados Unidos são um dos alvos mais atraentes. Os norte-americanos já participam com 30% do total exportado pelo Brasil. A estratégia dos exportadores brasileiros é participar das feiras internacionais, fazer propaganda em revistas especializadas e instalar filiais em pontos estratégicos.
A próxima feira mundial acontece, no mês de junho, em Los Angeles. Esse evento, nos cálculos da Anfacer, deve render para os expositores brasileiros venda da ordem de US$ 70 milhões. Na última mostra de 93, em Miami, os negócios gerados foram de aproximadamente US$ 30 milhões.
"Temos condições de competir com vantagens no mercado mundial de pisos e azulejos", diz Arruda. Segundo ele, o Brasil, tem insumos para produção de cerâmicas de alta qualidade, mão-de-obra mais barata do que da Espanha e da Itália e tecnologia atualizada.
O esforço para conquista de novos mercados e o programa de corte de custos já traz de volta a lucratividade para as empresas. Para um setor que chegou em 1989 a registrar lucro bruto da ordem de 25% sobre o faturamento bruto, despencar para 12% (estimativa para 93) não é nada animador. "Mas deve dar para chegar em 20% em 1994."

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