São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Astros do reggae fazem a festa

SÉRGIO MARTINS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Misturar estilos e tendências num festival de praia é legal e faz bem ao bolso. Mas que nos perdoem as "novas e emergentes" atrações da primeira etapado M2.000, o público realmente só se mexeu na hora de Gabriel, o Pensador (consagração total) e da moçada de reggae.
A predominância do ritmo jamaicano começou já na segunda atração, o Cidade Negra. O som falho prejudicou o grupo, mas não impediu as pessoas de esboçaram alguma reação. Principalmente na hora do hit "Falar a Verdade".
Depois de Gabriel, o Pensador, foi a vez do público brasileiro conferir de perto o tal "raggamuffin", a mistura de reggae e rap que põe toda a galera da Jamaica para dançar. Até que o ragga começou tímido, com Chaka Demus & Pliers. Acostumada aos "sunsplashes" da vida, a dupla preferiu não arriscar. "Tease Me", sua música mais conhecida, foi colocada para o final do show. Até mesmo Chaka economizou seus "toasts" deixando que Pliers e a banda brilhassem mais.
Ranks é um show erótico levado para o reggae. Tem mulheres rebolando e letras onde o jamaicano glorifica suas proezas sexuais.
Shabba ainda tem a arrogância típica dos rappers: gosta de se vestir bem, faz discursos para a galera e exige que as pessoas gritem seu nome. O público preferiu aplaudir na hora de "Mr. Loverman" e "Housecall", sucessos do "rei do dancehall" no Brasil.
O Inner Circle roubou a festa com seu reggae "consciente". Ao vivo, eles funcionam mais, principalmente porque são mais simpáticos e tocam melhor –principalmente o baterista Lance Hall. Foi a única banda que teve direito a bis, exigida pelo público do festival. O vocalista Calton Coffey também dá um show à parte, segurando seus "dreadlocks" e descendo para cantar junto ao povão.
Entre um "Jah Rastafaray" e outro, o Inner Circle cantou os hits "Bad Boys" e "Sweat (a La La La La Long)" emendados com músicas de outros discos. O show é tão bom que dá até para a breguice do final: todos os integrantes de mãos dadas, cantando "One Love", de Bob Marley.

Texto Anterior: M.2000 leva 120 mil pessoas a Santos
Próximo Texto: CD reúne canções inéditas de Lamartine
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.