São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
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Otan debate bombardear alvos sérvios na Bósnia

DE LONDRES

A Otan pode aprovar a intervenção militar na guerra na Bósnia, com ataques aéreos a posições sérvias. A ação militar é defendida pelos EUA e por alguns líderes europeus. Os ataques seriam realizados por aviões da Otan, afirmou ontem o secretário de Estado dos EUA, Warren Christopher.
"Devemos considerar seriamente ataques aéreos", disse o premiê belga, Jean-Luc Dehaene. "Acredito que mais e mais países concordam que devemos fazer isso. Temos que dar um sinal", afirmou.
A ação militar na Bósnia é, porém, um dos pontos que mais dividem os 16 países membros da Otan. O premiê britânico, John Major, indicou ontem que não acredita que tenha chegado a hora de intervir. O general John Shalikashvili, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, disse que é improvável que a cúpula se decida pela ação.
Ontem voltaram a ocorrer combates na Bósnia. Forças muçulmanas bombardearam posições croatas perto de Vitez, região central da Bósnia-Herzegóvina. O ataque aconteceu horas antes de os presidentes dos dois países terem chegado a Bonn (Alemanha), para ma nova rodada de negociações de paz. Pelo menos seis pessoas morreram –incluindo três crianças– e 30 ficaram feridas.
Os piores bombardeios aconteceram em Dubravice, ao norte de Vitez, um encrave croata na Bósnia. Explosões eram ouvidas a cada cinco minutos. Tropas da ONU levaram dezenas de pessoas para Vitez. Os croatas reagiram, mas ainda não se sabe a extensão do contra-ataque.
Os presidentes da Bósnia, Alija Izetbegovic, e da Croácia, Franjo Tudjman, chegaram ontem a Bonn para retomar o diálogo de paz, que já tinha sido adiado duas vezes.

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