São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
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Novo líder defende Fleury para o Planalto

DA REPORTAGEM LOCAL E DA

Luiz Carlos Santos (PMDB-SP) já admite negociar o plano FHC; presidente oferece dois ministérios ao PMDB
Sucursal de Brasília
O novo líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), defendeu ontem, logo após ser convidado oficialmente pelo presidente Itamar Franco, o nome do governador Luiz Antonio Fleury Filho como candidato do PMDB à Presidência."Defendi e continuo defendendo o nome do governador", disse.
Santos recebeu telefonema de Itamar às 18h, no Palácio dos Bandeirantes. Em seguida, ligaram, para cumprimentá-lo, o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e o líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS). Hoje, Santos se apresenta ao presidente e ao ministro, em encontro marcado para as 17h, no Palácio do Planalto. O primeiro assunto em debate será a negociação com o Congresso para aprovação do plano FHC.
Ao deixar a equipe de Fleury, na qual ocupava o cargo de secretário de Energia, Santos aposta que pode retomar e fortalecer o sonho do governador em se tornar candidato a presidente. O novo líder tem dito, em conversas com os aliados do PMDB, que o ex-ministro da Previdência Antônio Britto é candidato ao governo do Rio Grande do Sul e com isso o caminho estaria aberto para uma tentativa com o nome de Fleury.
Ainda em conflito com Quércia, que vetou, no ano passado, o seu nome para o Ministério dos Transportes, Luiz Carlos Santos não perde a oportunidade para criticá-lo. "O nome do PMDB tem que ser um nome integrado ao sentimento ético", disse o governista. Perguntado se a frase seria uma referência a Quércia, Santos desconversou, com ironia: "Não faço política contra ninguém, só faço política a favor".
Para o deputado Luiz Carlos Santos, a ida de um representante do PMDB amplia a chance de aprovação no Congresso do plano econômico do ministro Fernando Henrique Cardoso. Ele admitiu que para haver negociação com os parlamentares, o governo terá que ceder em alguns pontos –não citou quais. "Pode haver alteração", afirmou.
O novo líder de Itamar disse que a revisão constitucional foi a questão que o mais motivou para aceitar o convite do governo. "O plano (econômico) não resolve, ajuda apenas a reduzir a febre. Na revisão, sim, o país terá a chance de mudar o seu rumo."
Reforma ministerial
O presidente Itamar Franco ofereceu ontem ao presidente do PMDB, deputado Luiz Henrique (SC), dois ministérios ao partido: Agricultura e Indústria e Comércio. A expectativa do PMDB era ficar apenas com a pasta da Agricultura, que seria ocupada pelo senador Antônio Mariz (PMDB-PB). Com a nova proposta de Itamar, Mariz deve ir para a Indústria e Comércio e a Agricultura fica com o ex-governador Sinval Guazelli (RS).
A mudança provocou o adiamento do anúncio da conclusão da reforma ministerial, que deveria ocorrer ontem.

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