São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994
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CPI encerra investigação e Magalhães conclui relatório

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI do Orçamento completa hoje 90 dias e encerra a fase de investigações com uma relação de parlamentares envolvidos bem maior que os sete anões iniciais: 18 deputados, um suplente e um senador não conseguiram convencer a comissão com seus depoimentos. O governador de Brasília, Joaquim Roriz, também continua a ser investigado. Ao todo, 54 pessoas –43 parlamentares– foram ouvidas e serão citadas no relatório final, que deve ser apresentado no sábado, 22.
Hoje as quatro subcomissões finalizam seus relatórios. A partir de amanhã, os coordenadores vão ajudar o relator Roberto Magalhães (PFL-PE) na conclusão do texto final. Há parlamentares cuja cassação é considerada certa, como o o deputado João Alves (sem partido-BA).
A Subcomissão de Subvenções Sociais é a que está com os trabalhos mais adiantados, e deve pedir a cassação de 14 parlamentares. O maior implicado nas subvenções é o deputado Fábio Raunheitti (PTB-RJ), que destinou US$ 14,9 milhões a entidades ligadas à própria família.
A Subcomissão de Bancos já finalizou os cálculos de todas as movimentações financeiras. Um dos parlamentares que não conseguiram explicar sua movimentação bancária é o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS). Até mesmo a auditoria particular pedida por Ibsen em suas contas bancárias foi insuficiente.
Além disto, Ibsen não convenceu a comissão de que o cheque do deputado Genebaldo Correia (PMDB-BA) encontrado em sua conta era resultado da transação de venda de uma caminhonete.
Genebaldo, aliás, tem problemas em todas as subcomissões. Fez emendas para obras que nunca foram executadas e teve uma movimentação bancária maior que a declarada no Imposto de Renda. Na mesma situação estão João Alves, José Geraldo Ribeiro (PMDB-MG), Manoel Moreira (PMDB-SP) e Cid Carvalho (PMDB-MA), já considerados cassados.
O senador que corre mais risco de cassação é Ronaldo Aragão (PMDB-RO), com créditos bancários acima da renda e emendas no valor de U$ 450 mil para a Fundação JR Aragão, administrada por parentes, com aplicação inexplicada. A CPI não sabe que punição irá dar ao suplente Feres Nader (PTB-RJ), que também não explicou como foram aplicadas as subvenções que destinou a entidades ligadas à sua família.

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