São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 1994 |
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Solução para a dívida da Perdigão sai esta semana
MARISTELA MAFEI
No momento, os irmãos Brandalise estudam proposta para nomear um banco para intermediar a negociação junto ao mercado. A Folha apurou que o banco Garantia é o mais forte candidato. Os Brandalise negaram. O banco poderá encontrar um comprador para a Videira ou conseguir empréstimo para os Brandalise saldarem a dívida e continuarem como acionistas majoritários da Perdigão. As datas-chave, no calendário da Perdigão, são os próximos dia 20, reunião do conselho da empresa, e o dia 31, quando vence o prazo da Videira para quitar a dívida. A situação da Perdigão é atentamente acompanhada pelo mercado. A empresa está para o sistema de integração (o produtor recebe insumos e matrizes e devolve a ave pronta para o abate) assim como a Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC) está para o cooperativismo. Em Santa Catarina, cidades como Videira e Capinzal chegam a ter 80% da mão-de-obra ativa empregada na Perdigão. Os outros 20% estão em atividades ligadas indiretamente à empresa. A Perdigão vive uma inusitada situação de apresentar uma das melhores estruturas operacional e comercial –com crescimento de vendas no mercado interno e externo no último trimestre–, em convívio com um elevado endividamento bancário. A dívida põe em risco a capacidade de negociação junto aos fornecedores. Agroindústrias e cooperativas de Santa Catarina, onde está instalada a sede da empresa, temem que a falta de solução no curto prazo para o endividamento –próximo dos US$ 200 milhões, no total–, coloque em xeque o sistema de integração sob o qual está baseada a economia do interior catarinense. O sistema dá sustentação a empresas do porte da Sadia, Ceval, Chapecó e Aurora. Juntas com a Perdigão, elas ostentam faturamento anual na casa dos US$ 4 bilhões e detêm tecnologia de ponta no mercado mundial de aves, suínos e carnes industrializadas. Segundo informou Saul Brandalise Jr., a Perdigão faturou, nos últimos três meses, US$ 152 milhões e exportou, somente em janeiro, US$ 15 milhões. Os números indicam acréscimo de 20% em relação a igual período de 93. Eggon da Silva, presidente-executivo da empresa, disse que os bancos mantêm normalidade no aporte de recursos à Perdigão na espera de solução para a dívida. Texto Anterior: O núcleo reformador de Itamar Próximo Texto: Dicas para melhorar o relacionamento Índice |
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