São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994
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Clubes vão votar para presidente da CBF

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Os 24 clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro vão passar a votar para presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Até agora só as 27 federações estaduais participavam da escolha. É a mais importante mudança estatutária da história da entidade.
A decisão –unânime– foi tomada ontem por 26 federações na assembléia geral da CBF. A entidade continuará recusando a filiação direta de clubes –só aceita a de federações. Se o Superior Tribunal de Justiça Desportiva mantiver o veto, o que deve acontecer, estará liquidado o projeto de Flamengo, Fluminense e Botafogo de constituir uma liga carioca independente da Federação de Futebol do Rio.
A eleição na CBF será no segundo semestre do ano que vem. O mandato do empresário Ricardo Teixeira na presidência termina em janeiro de 1996. Perguntado pela Folha sobre uma possível segunda reeleição, ele respondeu: "Agora eu sou candidato apenas a ganhar a Copa do Mundo com a seleção."
A mudança no estatuto não filia os clubes à CBF, apenas permite que participem da eleição. Na próxima, votarão os integrantes do torneio de 1995. Se forem mantidos os clubes, o estado com maior número de votos será São Paulo, seguido do Rio. Antes, o voto de São Paulo tinha o mesmo peso, por exemplo, que o do Acre.
O anúncio das mudanças foi feito por Teixeira e pelo vice-presidente de futebol do Vasco, Eurico Miranda. O presidente da Federação do Rio, Eduardo Viana, apresentou-se como vencedor, por praticamente enterrar o projeto da liga. Juntas, as federações continuam com poder para eleger o presidente da CBF, por ter maioria de votos.
A única federação ausente da reunião da CBF foi a do Ceará. Dos 26 outros dirigentes, cinco são parlamentares e, pelo menos dois, ex-deputados. O presidente da Federação Paranaense, o ex-deputado federal cassado no ano passado Onaireves Moura, enviou um representante.
A assembléia aprovou por unanimidade as contas de 1993, ano em que o presidente da CBF foi acusado de corrupção pelo empresário Pelé. Ainda este ano a mudança estatutária será regulamentada. A idade dos candidatos continuará como critério de desempate da eleição: vence o mais velho.
Teixeira disse que já estão escolhidos os locais onde a seleção vai se hospedar e treinar em San Francisco e Detroit na primeira fase do Mundial. O dirigente disse que apoia o ataque preferido do técnico Parreira: Bebeto e Romário. O presidente da Fifa e sogro de Teixeira, João Havelange, quer três atacantes: além dos dois já escalados, o palmeirense Edmundo.

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