São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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A polêmica da violência

DA REPORTAGEM LOCAL

A aquisição do zagueiro Júnior (ele dispensa agora o apelido Baiano) pelo São Paulo foi uma das mais comentadas. Considerado um jogador sem técnica e violento, Júnior chega ao clube de Telê Santana, o responsável por seu lançamento no Flamengo. Fica o paradoxo: Telê, que detesta violência e falta de técnica, recomendou a contratação. Júnior começa com dificuldades. Na segunda-feira passada, sua mulher Patrícia abortou, grávida de dois meses. E fisicamente, ele está aquém dos cibernéticos jogadores são-paulinos. "A equipe tem um patamar. Não vamos dar moleza", garante o preparador Moraci Sant'Anna.
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Pergunta - Como está sua mulher?
Júnior - Bem. Minha grande preocupação era sua saúde. Já superei, estou com a cabeça boa.
Pergunta - Como você está fisicamente? (No primeiro treino, Júnior fez 12 das 16 voltas de corrida e chegou em último)
Júnior - Fiquei dez dias parado e acredito estar com apenas 50% do meu potencial.
Pergunta - E aqui a preparação é forte...
Júnior - É verdade. É muito diferente do Flamengo. No São Paulo, a coisa é pesada. Vou suar.
Em São Paulo você é considerado sem técnica e violento. Como você se definiria?
Júnior - Tenho uma grande estatura (1,93 m) e jogo duro. Zagueiro tem que jogar assim. Isso me faz um alvo fácil para críticas. Além disso, me considero técnico. Viril, mas técnico.
Pergunta - Você tem defensores, como Telê Santana e Wanderley Luxemburgo...
Júnior - Trabalhei com os dois no Rio. Eles sabem como eu jogo.
Pergunta - O Telê costuma modificar as características de seus jogadores. Você mudaria seu estilo de jogo?
Júnior - Não. Telê me lançou. Se ele pediu minha contratação, é porque me quer assim.
Pergunta - E como vai ser esse Paulistão com pontos corridos?
Júnior - É uma novidade. Temos que buscar a vitória desde a primeira partida.

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