São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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O fim da administração

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, 59, promete cumprir uma das suas mais recentes promessas: deixar o cargo que ocupa desde 1988 no próximo dia 30 de dezembro. Com isso, encerraria uma fase única no futebol paulista, marcada tanto por um grande progresso financeiro como por uma série de escândalos. O dirigente diz que deixa a federação com um superávit, situação diferente da penúria em que encontrou a entidade. Tal saneamento, porém, veio acompanhado de acusações de enriquecimento ilícito –no próximo dia 20 de março, na 6.º Vara Civel, inicia-se o desenrolar do processo que Farah move contra uma revista, que relatou ter o dirigente conseguido uma fortuna visível de US$ 2 milhões desde o início de sua gestão, apesar de exercer um cargo não remunerado.
Pergunta - O que o senhor diz das acusações de enriquecimento ilícito?
Farah - Nenhuma tem fundamento. As matérias não apresentaram provas. Tanto que coloquei minha declaração de Imposto de Renda à disposição de qualquer acusador. Vou deixar a federação com um caixa de US$ 4 milhões à disposição dos clubes.
Pergunta - Por que não se apurou a denúncia da imprensa, que, em 1990, apontou evasão de renda?
Farah - A Polícia Federal abriu um inquérito, que não apresentou nada. Também o processo que movi contra a revista "Placar" foi arquivado por um acordo entre as partes.
Pergunta - O início da sua gestão foi marcado por críticas a favorecimento aos clubes do interior e agora acontece o contrário. O que o senhor diz disso?
Farah - Vivo em um meio cheio de vaidades e tenho que trabalhar com isso. Ajudei na profissionalização do futebol paulista. Nesse sistema, 110 clubes fecharam as portas porque não tinham possibilidade de se desenvolver. Passei também a organização do campeonato e a administração das rendas aos clubes. Foram eles que determinaram que 12 times fossem rebaixados na última temporada.
Pergunta - Quem será seu sucessor?
Farah - Não sei. Falam no presidente do São Paulo, José Mesquita Pimenta. (Irônico) É um bom moço.

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