São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994 |
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PT vota programa que pode ser modificado
CARLOS EDUARDO ALVES
Lula acha que o quadro político pode facilitar nos próximos meses o entendimento com setores do PSDB e PMDB que não ficarão satisfeitos com o rumo que os dois partidos tomarão na sucessão presidencial. Daí a preocupação de enfatizar que documento que sairá hoje não tem valor definitivo. A discussão maior na noite de sexta-feira e na manhã de ontem foi sobre a proposta do partido para a dívida externa. A dúvida era se a moratória deveria ser colocada apenas como uma alternativa de negociação ou como condição prévia para qualquer negociação. O grupo de economistas que trabalha no programa de governo de Lula preferiu a primeira opção, mas sabe que terá que fazer concessões à ortodoxia do partido. Já está decidido que não será especificado no programa o aumento nos gastos militares dos atuais 0,5% para 2% do PIB, conforme proposta do grupo que elaborou o projeto para a área das Forças Armadas. César de Queiroz Benjamin, um dos coordenadores do programa e defensor da quadruplicação dos gastos militares, não acha relevante a questão numérica. O partido, no entanto, não vai abrir mão de posições polêmicas como o incentivo ao programa nuclear e investimento pesado no reaparelhamento das Forças Armadas. Uma das preocupações do PT é com a "defesa da soberania da Amazônia". O argumento está sendo utilizado, sem sucesso, nas discussões com as alas ecológica e religiosa que atuam na legenda e são contra as teses "militaristas" abrigadas no programa de governo. Ontem de manhã, foi proposto que não houvesse votação de emendas ao texto-base devido ao pouco debate. A questão seria decidida à noite. Texto Anterior: CCJs podem sofrer mudanças Próximo Texto: Trabalhador não sairá prejudicado, diz FHC Índice |
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